sábado, 21 de novembro de 2020

Desenvolvimento Drywall Reciclado.

 FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 11, Série 21/11, 2020.


Profa. Ms. Cláudia Almeida Figueiredo.

Mestre em Ciências e Tecnologia - UFABC.

Especialista em Educação Ambiental - FSA.

Licenciada em Ciências (Química) - FASB.

Orientadora e líder do projeto



Prof. Dr. Edson Luís Tocaia dos Reis.

Doutor em Ciências - USP.

Graduado em Química Industrial - FOC.

Coorientador e líder do projeto


Autores: IRENO, A.; ALMEIDA, A.; TILLY, E.; AUGUSTO, I.; OLIVEIRA, L.; GARCIA, L.; SANTOS, S.; REIS, E.; FIGUEIREDO, C.


RESUMO: O setor da construção civil no Brasil representa um papel significante para a composição do produto interno bruto, com uma média de 6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apesar de sua importância econômica, tem uma interferência muito forte no meio ambiente, utilizando-se de recursos naturais de forma considerável, tanto na obtenção da sua matéria-prima, quanto nas grandes quantidades de entulhos gerados, além do uso do espaço urbano (VIEIRA, 2006). A área da construção civil no país ainda é caracterizada pela utilização de sistemas construtivos artesanais, de baixa produtividade e principalmente com grande desperdício de materiais. O foco dos gestores com o canteiro de obras costuma estar relacionado aos aspectos técnicos do projeto, sem a devida preocupação com a economia, prazos e necessidade de retrabalhos (VIEIRA, 2006). Porém, o mercado tem sinalizado que esta situação deve ser modificada e a adição de novas tecnologias é a melhor forma de permitir a industrialização e a racionalização de processos, o que levou a mudança do perfil de obras tipo "construção" para montagem (FREITAS; CRASTRO, 2006). Uma das alternativas é a utilização de um sistema construtivo já bastante consolidado em países de primeiro mundo: o sistema drywall. Altamente industrializado de concepção racional, possui grandes vantagens descritas no trabalho, como agilizar a produtividade, reduzir espessuras, diminuir cargas e, por possuir interfaces com vários subsistemas, como exemplo, as estruturas e fundações, interferir no custo final da edificação. Neste trabalho, foram realizados alguns testes práticos para produção de drywall com papelão e o poliestireno expandido, que são materiais recicláveis e descartados diariamente no lixo comum, com o objetivo de diminuir o impacto ambiental. A utilização de matérias primas de alcance relativamente simples como o papelão e poliestireno expandido é proposta, com a possibilidade ainda de se proporcionar uma característica impermeabilizante, aumentando a aplicação na construção cível em áreas com umidade e calor, evitando a perda de eficiência. A utilização de resinas pode aumentar a resistência e proporcionar proteção acústica em ambientes fechados. Tais características e materiais propostos para a fabricação de drywall visam o desenvolvimento de um produto alternativo e benéfico ao ambiente, tornando-o uma alternativa atrativa.

PALAVRAS-CHAVE: Drywall, Construção Civil, Meio ambiente.

 

ABSTRACT: The construction sector in Brazil plays a significant role in the composition of the gross domestic product, with an average of 6% according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics. Despite its importance to economic aspects, it has a very strong interference in environment, due to amount of raw material used and large amounts of debris generated, in addition to the use of urban space (VIEIRA, 2006). Construction area in Brazil is still characterized by using construction systems characterized by craftsmanship, with low frequency and large waste of materials. The focus of managers used to be just only technical aspects of the project, without the concern about economy, deadlines and rework (VIEIRA, 2006). However, the market has signaled that this situation must be changed, realizing that adding new technologies is the best way to allow industrialization and rationalization of processes. It´s changing the profile of works from the "construction" type to "assembly" (FREITAS; CRASTRO, 2006). One of the alternatives is using of a construction system already consolidated in many countries: drywall system. Highly industrialized with a rational design, it has great advantages exhibited at work, such as streamlining use, reducing thickness, reducing loads and using interfaces with various subsystems, in way that do not interfere in the final cost of the building. In this work, some practical tests to produce drywall with paper and expanded polystyrene were conducted, which materials that are recyclable and discarded daily in the common garbage. The main idea is to reduce the environmental impact by using of materials such as paper and expanded polystyrene. The use of this materials showed large possibility of application in construction area, avoiding loss of performance. In addition, the uses of resin increase resistance and permeabilizing characteristics, and acoustic protection to material when used indoors. Such resources and materials applied in the manufacture of these displays may become an alternative product that is beneficial to the environment, making it an attractive to its use.

KEYWORDS: Drywall, Construction, Environment.

 

1. INTRODUÇÃO.

A sociedade gradativamente vem percebendo que a utilização inadequada dos recursos naturais está dia a dia acarretando consequências negativas para o meio ambiente e para o ser humano (FERNANDES, 2013).      

A notável busca de alternativas para preservar o meio ambiente e ainda utilizar os recursos naturais de maneira correta são preocupações persistentes e práticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável expostas e inseridas à sociedade (FERNANDES, 2013).

A nossa rotina de trabalho e estudo, com horas afastados do lar, gera diariamente lixo descartado de forma incorreta, sem a preocupação em separar embalagens de doces, bolachas, salgadinhos, dentre tantas outras, para a devida coleta seletiva, impactando negativamente o meio ambiente, com a não reutilização dos mesmos (ERBS, 2015).

A busca por novos materiais, com a finalidade em substituir ou reduzir o uso de recursos naturais é crescente na área de construção civil; diversos estudos demonstram descobertas viáveis que podem ser inseridas no setor construtivo.

A construção sustentável é uma forma de atender as necessidades de edificação do homem, com enfoque em garantir a preservação do meio ambiente (FERNANDES, 2013).

A construção civil é considerada atualmente uma das indústrias mais poluentes ao meio ambiente e, portanto, a gestão de resíduos se torna uma ação para destinar corretamente materiais que são descartados e provocam sérios riscos ambientais.

Por exemplo, o papelão é obtido por meio da mistura de várias combinações de diferentes tipos de papel, obtidos a partir da matéria prima originada da celulose, sendo substância extraída das árvores.

O papelão é um material reciclado há décadas no Brasil, porém o desperdício ainda é enorme e presente nos resíduos sólidos urbanos e de construção civil (COSTA, 2005).

Outro exemplo para gestão de resíduos é o poliestireno expandido, popularmente conhecido como isopor, que é uma espuma formada a partir de derivados de petróleo, transformado a partir de recursos naturais.

O isopor é um material que pode ser reciclado, mas por falta de conhecimento, muitas pessoas fazem seu descarte no lixo comum.

Devido a sua grande aplicabilidade em acabamentos na construção civil, muitos de seus resíduos são desperdiçados e/ou descartados incorretamente, contribuindo com aumento da geração de resíduos sólidos que deveriam ser reciclados, reduzindo o impacto ambiental no meio ambiente (TESSARI, 2006).

O sistema construtivo de drywall é constituído por um núcleo de gesso, derivado da extração de minerais da natureza, influenciando no desequilíbrio do meio ambiente, do planeta e dos seres vivos (FERNANDES, 2013).

O gesso destaca-se como um dos materiais mais utilizados na construção civil e quando manipulado de forma incorreta se torna tóxico para o meio ambiente, podendo contaminar o solo e lençol freático, devido às suas características físicas e químicas (DUARTE, 2014).

Atualmente, a construção civil já se utiliza de produtos derivados de materiais reciclados, com características similares aos convencionais (FERNANDES, 2013).

Tais abordagens impulsionaram o presente estudo à busca de exploração e utilização destes materiais descartados incorretamente em lixo comum, sendo possível destiná-los para o desenvolvimento de novos produtos como drywall sustentável, utilizado largamente na construção civil; contribuindo com a redução do impacto ambiental, tanto no descarte quanto na extração da natureza, além do ganho econômico.

 

2. OBJETIVOS.

O objetivo geral é apresentar uma placa de drywall reciclado, feita a partir de materiais reciclados, contribuindo positivamente para o meio ambiente.

Os objetivos específicos são:

• Descobrir os impactos ambientais do resíduo de gesso;

• Identificar materiais reciclados para fabricação de drywall reciclado (alternativo) e sustentável;

• Listar as vantagens e desvantagens do drywall.

 

3. JUSTIFICATIVA.

O principal intuito deste projeto é desenvolver um produto reciclável e sustentável que contribua diretamente ao meio ambiente, decidindo-se pelo drywall reciclado.

Segundo Duarte (2014), o impacto gerado pela deposição do resíduo de chapas de gesso acartonado em aterros se dá em função do gesso e dos aditivos presentes na composição; logo o acúmulo desse material representa um problema para o meio ambiente.

Após a escolha das matérias primas recicláveis, pesquisou-se suas propriedades e identificou-se a contribuição positiva para o meio ambiente com redução dos impactos ambientais.

 

4. O DRYWALL.

Surgiu nos Estados Unidos, 1894, a primeira chapa de gesso acartonado, de composição em quatro camadas de gesso dentro de quatro folhas de papel, lã e camurça, medindo 91cm x 91cm x 3cm de espessura com bordas sem acabamento (NOBRE,2016).

As placas de gesso chamadas de “Gypsum Board”, evoluíram entre 1910 e 1930, caracterizadas pela eliminação de duas camadas internas de papel e bordas encapadas.

Posteriormente, as placas se tornavam mais leves e menos quebradiças, evoluindo ainda os materiais de tratamento de conjuntos e sistemas.

O gesso acartonado foi largamente utilizado na I Guerra Mundial, devido à sua característica de rápida montagem e resistência ao fogo (NOBRE, 2016).

Tal produto revolucionou a construção civil, sofrendo alterações e sendo aperfeiçoando ao longo do tempo, denominado nos dias atuais de “Drywall”.

A sua fabricação é obtida a partir da mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, onde a lâmina é virada nas bordas longitudinais e colada sobre a outra; com o seu aperfeiçoamento, as mudanças surgiram na construção, trocando a alvenaria interna por drywall, que cada vez mais ganhava a preferência do consumidor.

Assim, o drywall se espalhou pelo mundo, entrando em países da Europa, Ásia, África, América Latina e Japão. Com diversas vantagens, o drywall interage positivamente com o futuro em soluções arquitetônicas práticas e inteligentes em forros, paredes internas, divisórias e revestimentos para construções tanto comerciais quanto residenciais e industriais (NOBRE, 2016).

O drywall chegou ao Brasil na década de 70, por meio do médico Roberto Campos Guimarães, devido um passeio aos Estado Unidos em 1972.

Ao conhecer os equipamentos e como funcionava o sistema, percebeu que para montar uma fábrica, o custo era de milhões; assim, resolveu abrir uma empresa de divisórias com alguns componentes baseados no drywall, conhecida como Brasil Sudeste.

Após cinco anos de sua abertura, a empresa se destacou e se tornou a maior do país (NOBRE, 2016).

Quando chegou ao Brasil, o drywall recebeu o nome de gesso acartonado, e a ideia de que o gesso sujava, gerou resistência na aceitação do produto, porém a sujeira era inexistente e o nome foi mudado posteriormente de gesso acartonado para o sistema drywall (NOBRE, 2016).

A década de 1990 se destacou na introdução de inovações tecnológicas e sistemas industrializados, incluindo os sistemas drywall e, em consequência de menos intervenção do Estado, trouxe a abertura do mercado na construção de edifícios, juntamente com a busca pela racionalização e industrialização da construção (NUNES, 2015).

Com o avanço, detectou-se que apenas 20% das chapas produzidas eram empregadas como divisórias em ambientes comerciais, sendo o restante como forros (NUNES, 2015).

O gesso é hoje largamente utilizado na construção civil em diferentes aplicações com destaque para as plaquetas para forros, blocos para paredes, massas para revestimento de alvenaria, formatos como sancas e molduras, moldes para produção industrial de louças sanitárias, além de chapas e massas para divisórias (drywall), cujo consumo encontra-se em ritmo acelerado nos últimos anos (NOBRE, 2016).

O uso da alvenaria na construção civil possui desvantagens, como o tempo reservado para assentamento, passagem de instalações e reparos, consumo de materiais, falta de prumo que ocasiona um aumento de argamassa, falta de controle de qualidade e padronização na produção dos blocos de cerâmicas.

Tais problemas justificam a introdução da tecnologia drywall no subsistema de vedação vertical, conhecido também como “parede seca”, caracterizado por uma construção mais limpa, devido a utilização de uma estrutura de aço galvanizado que receberá os painéis (ANJOS E TEIXEIRA, 2017).

“Esta nova tecnologia acumula inúmeras vantagens em relação a alvenaria convencional pela sua alta versatilidade, desempenho acústico quando acoplada com lã mineral e chapa dupla, superfícies planas, soluções racionalizadas para os demais subsistemas, como elétrico e hidráulico, alta produtividade, otimização do tempo, maior controle de qualidade, redução das cargas no projeto, por se tratar de materiais mais leves do que alvenaria convencional “(ANJOS E TEIXEIRA, 2017).

 

4.1 Vantagens do Drywall.

De acordo com Junior (2008), diretor geral da Placo do Brasil, o sistema drywall possui um conjunto de características que impactam positivamente no aumento da produtividade e desempenho acústico, flexibilidade no layout, redução de peso e espaços consumidos por paredes, além de infinitas possibilidades estéticas.

O drywall possui grandes vantagens, sendo em maior parte em função de construção racionalizada, onde as tarefas são executadas somente uma vez com o mínimo de retrabalho ou espera, com atendimento às normas.

Além da viabilidade financeira, consideram-se também benefícios físicos que geram economias indiretas que interferem no custo global da obra.

Sua execução é interligada com subsistemas (como estrutura, instalações prediais e revestimento) e a padronização e sequenciamento de atividades quando bem gerenciadas propiciam o aumento da produtividade nos processos, além de ganho de velocidade na execução, melhoria na gestão da qualidade e diminuição de desperdícios, com a otimização dos custos e o aproveitamento da qualidade do produto. (JUNIOR, 2008).

 

4.1.2 Rapidez Na Execução.

A divisória em gesso acartonado possui processo de execução rápido e obediente às normas.

O transporte interno em uma obra vertical, comparado com uma parede feita em alvenaria, se destaca na questão de quantidade e limpeza.

A redução do transporte vertical e horizontal no canteiro de obras é positiva em redução de números de mão de obra, riscos, barulho, sujeira e confusão, com melhoria na qualidade de trabalho e produto (OLIVEIRA E NEVES, 2020).

 

4.1.3 Redução da Mão de Obra.

Como o trabalho por metro quadrado é mais rápido, o prestador de serviço necessita menos tempo o mesmo serviço quando comparado com a execução em alvenaria.

A produtividade se eleva junto com a qualidade das condições de trabalho, isentas de produtos químicos ou cargas pesadas, reduzindo assim os riscos de acidentes de trabalho.

Deve-se considerar também que equipe envolvida na construção é significativamente menor, impactando na economia dos serviços auxiliares como alojamento, refeitório, higiene (sanitários, chuveiros), equipamentos de segurança etc. (OLIVEIRA E NEVES, 2020).

 

4.1.4 Conforto Termo Acústico.

O sistema drywall apresenta uma camada de ar entre as placas de gesso acartonado, com menor transmissão da energia sonora e maior capacidade de isolamento, possibilitando melhorias com acréscimo de mais placas ou material absorvente (OLIVEIRA E NEVES, 2020).

Tal desempenho satisfatório atende especificações exigentes, como em salas de cinema multiplex em shoppings de todo o país, com suas separações executadas em drywall.

Entretanto, o número exagerado de juntas ou existência de muitos pontos elétricos podem ser prejudiciais ao desempenho da parede (OLIVEIRA E NEVES, 2020).

 

4.1.5 Aumento Da Área Útil.

Quando uma parede de drywall acabada é comparada com uma de alvenaria, obtém-se espessura de 9 cm contra 14 cm de uma parede convencional.

Sendo assim, um ganho de área útil resultado dessa diferença, cerca de 4% em áreas maiores a 10 metros quadrados (NUNES, 2015).

 

4.2 Desvantagens do Drywall.

As desvantagens do sistema são entendidas como limitações, pois o drywall, mesmo por placas RU, não é impermeável.

Existem alguns cuidados que devem ser considerados desde seu projeto, prevendo-se a utilização de tubos flexíveis para as instalações hidráulicas e que minimizem os riscos, como por exemplo, das instalações hidráulicas serem executadas sobre o forro ao invés do interior das divisórias (NOBRE, 2016).

 

4.2.1 Vazamento De Água.

Esta é a principal desvantagem do sistema, pois a parede tem característica oca, que na qual dificulta a localização do vazamento, com a possibilidade de se alastrar por uma grande extensão até que ocorra a sua identificação, podendo causar danos irreparáveis (NOBRE,2016).

 

4.2.2 Umidade Relativa do Ar Permanentemente Elevada no Ambiente.

Em ambientes como sauna, o drywall não pode ser utilizado devido à alta umidade relativa do ar.

O papel cartão usado nas superfícies do drywall, quando submetido a uma atmosfera próxima a de saturação, é propicio ao desenvolvimento de fungos.

Por isso, é recomendável evitar o uso do drywall nestes ambientes, e recorrer a aplicação de pinturas de baixa permeabilidade ao vapor para ambientes úmidos (NOBRE,2016).

 

4.2.3 Divisórias em Banheiros.

O drywall sofre altos riscos de durabilidade quando em contato com box, banheira e bancada de pia, mesmo quando utilizadas as chapas resistentes à umidade RU (NOBRE,2016).

 

4.2.4 Execução das Divisórias.

As divisórias de drywall só devem ser utilizadas após a finalização das paredes externas, cobertura e fechamento dos vãos de janelas.

Tais encontros com paredes externas necessitam de cuidado extra em sua execução, por oferecer riscos de infiltrações de água, e pode-se prever um detalhe com junta de trabalho (NOBRE, 2016).

 

4.2.5 Resíduo Gerado por Gesso.

As perdas no canteiro de obras com relação as chapas de gesso acartonado, segundo a Associação drywall, está entre 3% a 5% do consumo (DUARTE, 2014).

No Brasil, a estimativa da indústria é de 5%, destacando-se retalhos de chapas de gesso acartonado vindos do processo de montagem como parte significativa da geração do resíduo.

Além da modulação da obra, os índices de perdas podem ainda variar conforme a falta de especificação técnica detalhada (DUARTE, 2014).

 

4.2.6 Contaminação do Resíduo de Gesso.

Nos aterros, a presença de resíduos de chapas de gesso acartonado, impactam em função da constituição do gesso e dos aditivos presentes em sua composição; em relação ao papel, desconsidera-se por ser de característica biodegradável.

Como o gesso é solúvel em água, a presença em aterro sanitário traz inúmeros problemas em longo prazo, devido а formação de vazios pela lixiviação do gesso, além de interferir na composição e pH da água e do solo (DUARTE, 2014).

Quando em contato com umidade e em condições anaeróbicas, baixo pH, e presença de ação de bactérias redutoras de sulfatos, o gesso também torna-se suscetível à formação de gás sulfídrico, caracterizado por odor forte, tóxico e inflamável, além dos danos que causa à saúde humana, podendo levar a óbito.

Os resíduos incluem ainda contaminantes diversos como metais, madeira e tinta, originados do processo de construção (DUARTE, 2014).

 

5. RECICLÁVEIS DO DIA-A-DIA.

5.1 Papelão ondulado.

A embalagem de papelão ondulado tem destaque de uso no setor de hortifrutícolas.

Assim, gradativamente vem substituindo as tradicionais caixas de madeira e de plástico, reduzindo as perdas de frutas em função do melhor acolchoamento e por ser totalmente paletizável.

Também oferece melhor aspecto higiênico e evita a proliferação de doenças e a contaminação dos produtos.

O uso de papelão ondulado auxilia à sociedade, direcionando a conscientização e esclarecimento ao usuário da mesma a qual é reciclável, procurando demonstrar a importância que ela possui perante a realidade ambiental que se vive (COSTA, 2005).

De acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (2003), “as embalagens de papelão ondulado evoluíram bastante e tornaram-se parte integrante do produto.

Naturalmente, a embalagem de papelão ondulado vem tomando o mercado das embalagens”.

A reciclagem de papelão tem aumentado nas grandes cidades brasileiras, fundamental no processo de preservação ambiental e políticas públicas e privadas de sustentabilidade.

Atualmente cerca de 77,4% do papel e papelão produzido já é reciclado, demonstrando um reaproveitamento de 2,24 milhões de toneladas para o consumo.

A reciclagem de papelão é essencial por diversos fatores, denominado como principal impedir que tal material seja descartado na natureza de forma incorreta e vários traga transtornos ambientais, como poluição de rios e lagos, entupimento de bueiros, entre outros (PENSAMENTO VERDE, 2014).

 

5.2 Poliestireno.

O Poliestireno (PS) faz parte do grupo das resinas termoplásticas, que inclui, entre outros, os polietilenos (de alta densidade, baixa densidade, e baixa densidade linear), o polipropileno (PP), o cloreto de polivinila (PVC) e o polietileno tereftalato (PET) (TESSARI, 2006).

Sua produção é responsável por grande parte do consumo de estireno disponível no mercado, cerca de 74% e, após um levantamento da distribuição do EPS direcionado ao segmento no mundo, identificou-se que a construção civil é responsável por grande parte de seu consumo.

O destaque na construção civil provém não apenas por suas características isolantes inerentes ao material, mas por sua leveza, resistência e facilidade de manuseio (TESSARI,2006).

Quando os resíduos plásticos são depositados em lixões, os problemas caracterizados como principais são a queima indevida e sem controle.

Já nos aterros, quando são depositados, ocorre a dificuldade em compactar o lixo, portanto prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente degradáveis, devido a criação de camadas impermeáveis que afetam as trocas de líquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica (PINTO, 1995).

 

5.3 Óleo de soja.

No grupo de óleos vegetais existentes, o óleo de soja se destaca entre os mais utilizados, devido ao seu baixo custo e alta eficiência em diversos tipos de indústrias, especialmente alimentícia.

De acordo com a ABIOVE (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), cerca de 73,3 % da disponibilidade de óleos vegetais e gorduras no Brasil correspondiam ao óleo de soja, tendo seu consumo impulsionado nas últimas décadas provocando impactos ambientais relacionados ao descarte incorreto em pias, rede de esgotos e até no solo (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

Os óleos vegetais usados em fritura por imersão têm destaque como materiais poluentes.

Os óleos vegetais são universalmente consumidos com a finalidade de preparação de diversos alimentos nos domicílios, estabelecimentos industriais e comerciais de produção de alimentos.

Esses óleos, após a degradação quando submetidos a altas temperaturas, se descartados de maneira imprópria, provocam danos ao meio ambiente, visível quando em contato com a água de rios e lagos, se concentrando na superfície, gerando uma barreira sobrenadante que impossibilita a entrada de luz e oxigênio na água, comprometendo a base da cadeia alimentar aquática; já em contato com o solo, ocorre a impermeabilização do mesmo, impedindo a infiltração de água, contribuindo com problema das enchentes, podendo atingir lençóis freáticos, gerando problemas de higiene, mau cheiro e entupimentos nas redes de esgoto (GHESTI et al, 2012).

A estrutura química das principais moléculas constituintes dos óleos vegetais, os triacilgliceróis (moléculas de propan1,2,3-triol ligadas à três moléculas de ácidos graxos), permitem a realização de diversas sínteses a partir de reações controladas, como a modificação de resinas alquídicas, com grande importância para a indústria de revestimentos orgânicos, além de responsáveis por mais da metade das formulações de tintas e vernizes em todo o mundo (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

Portanto, o óleo de cozinha pode ser utilizado como matéria-prima na fabricação de diversos produtos, como biodiesel, tintas, óleos para engrenagens, sabão, detergentes, entre outros.

A logística reversa do produto pode trazer vantagens e benefícios competitivos, contribuindo em evitar problemas no sistema de tratamento de água e esgotos, e também na degradação ambiental (GODOY,2010).

 

6. AMOSTRAGEM.

6.1 Tipos de amostras.

6.1.2 Estado Sólido:

• Papelão ondulado semi-kraft;

• Poliestireno;

• Limão;

• Laranja.

 

6.1.3 Estado Líquido:

• Óleo de soja usado;

• Água destilada.

 

6.2 Preparo da amostra.

6.2.1 Papelão.

• Secagem: eliminação de umidade;

• Aquecimento à 105 ºC, em estufa elétrica, por 1 hora;

• Acondicionamento sob vácuo, em dessecador de vidro com sílica gel;

• Acondicionamento em saco plástico, fechado com abraçadeira de nylon.

 

6.2.2 Isopor (Poliestireno Expandido).

• Secagem: eliminação de umidade;

• Exposição diretamente ao sol, por 1 hora;

• Acondicionamento em saco plástico, fechado com enforca gato.

 

6.2.3 Limão.

• Extração: remoção da casca da fruta;

• Extração manual das cascas de limões, com auxílio de faca doméstica;

• Acondicionamento em saco plástico, fechado com enforca gato.

 

6.2.4 Laranja.

• Extração: remoção da casca da fruta;

• Extração da casca de 5 laranjas, com auxílio de faca doméstica;

• Acondicionamento em saco plástico, fechado com enforca gato.

 

6.2.5 Óleo de Soja Usado.

• Filtração: remoção de partículas indesejadas, provenientes de outros corpos;

• Filtração em temperatura ambiente, com auxílio de funil e filtro de papel;

• Acondicionamento em garrafa plástica com tampa.

 

6.2.6 Água Destilada.

• Isenta de tratamento preliminar.

 

6.3 Tratamento da amostra.

6.3.1 Papelão Ondulado.

O papelão ondulado, composto por duas capas e miolo tipo semi Kraft obtido a partir de fibras virgens de celulose , na dimensão de 10 x 10 cm, gramatura 430,00 g/m2, espessura 2,78 mm, onda tipo B , foi triturado em liquidificador com objetivo de diminuir o tamanho das partículas, facilitando a dissolução no processo.

Triturou-se cerca de 10 amostras 10 x 10 cm, uma por vez, para obter o material para uso.

 

6.3.2 Poliestireno Expandido.

O poliestireno, de coloração branca, formato tipo flocos, aproximadamente 5 cm, teve seu tamanho reduzido manualmente, para facilitar o uso no processo.

Reduziu-se manualmente cerca de 150 gramas de material para uso.

 

6.3.3 Limão.

As cascas dos limões foram extraídas, com auxílio de faca doméstica, isenta de ponta, com objetivo de obter o composto químico denominado limoneno, presente em frutas cítricas.

 

6.3.4 Laranja.

As cascas das laranjas foram extraídas, com auxílio de faca doméstica, isenta de ponta, com objetivo de obter o composto químico denominado limoneno, presente em frutas cítricas.

 

6.3.5 Óleo De Cozinha Usado.

Não necessitou de preparo.

 

6.3.6 Água Destilada.

Não necessitou de preparo.

 

6.4 Disponibilidade das amostras.

As amostras de papelão ondulado semi Kraft e poliestireno, foram coletadas de recipientes de lixo público, localizados no munícipio de Santo André.

As cascas das laranjas e limões, foram obtidas de compras domésticas, que normalmente são descartadas após a obtenção da polpa da fruta.

O óleo de soja foi obtido após o uso doméstico, em condições de frituras provindas de carne animal.

 

6.5 Métodos.

6.5.1 Destilação Fracionada.

O método utilizado na obtenção do composto químico limoneno foi a destilação fracionada, caracterizada por um processo de separação onde se utiliza uma coluna de fracionamento na qual é possível realizar a separação de diferentes componentes que apresentam propriedades físicas diferentes.

Tal método foi realizado na seguinte na ordem:

- Removeu-se as cascas dos limões e das laranjas para extração da substância denominada limoneno;

- Posteriormente, montou-se o equipamento de destilação fracionada;

- Acrescentou-se ao balão água destilada, papelão ondulado semi Kraft e poliestireno. - Deu-se início a técnica de separação de misturas.

Este método consistiu-se na amostragem em duplicata, a fim de se obter uma melhor estimativa do teor do analito na amostra.

 

6.5.2 Agitação Constante.

O método utilizado para obtenção de resina alquídica curta em óleo foi de agitação constante, com controle de temperatura.

O método de agitação caracteriza-se pelo movimento induzido em um fluido por meios mecânicos em um recipiente, onde o fluido pode circular no recipiente ou apresentar outro padrão de fluxo (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

 

7. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.

Após o levantamento e busca de conhecimentos, a construção civil é um mercado gigante em nosso país, portanto, optou-se em desenvolver um drywall reciclado, com utilização de materiais que são descartados diariamente, de forma rotineira e muitas vezes incorretas, gerando impactos ao meio ambiente.

 

7.1.1 Síntese do limoneno a partir do limão e laranja e desenvolvimento placa drywall com poliestireno.

Retirou-se as cascas de três limões e cinco laranjas com auxílio de uma faca, para realizar a síntese de extração do limoneno, logo, dissolução do poliestireno expandido.

Realizou-se a montagem de dois equipamentos de destilação fracionada; dentre os processos, ocorre a separação de compostos com volatilidades diferentes.

Ao fim do procedimento retirou-se duas provetas de 50mL, sendo uma com a casca de limão e a outra de laranja, e posteriormente ambas ficaram no processo de descanso por uma semana para que houvesse a decantação dos componentes.

No processo de decantação, notou-se que a base da casca do limão houve uma extração maior de limoneno em comparação a extração realizada a base da laranja, levando em consideração que as duas frutas obtiveram qualidade de acidez distintas.

Acrescentou-se 25 g de poliestireno expandido picado em 10mg de limoneno extraído a partir da casca do limão, onde se dissolveu por completo. Acrescentou-se 100 mL de água destilada, 100 g de papelão triturado e bateu-se toda a mistura no liquidificador até obter uma pasta viscosa.

A partir desta pasta, realizou-se a moldagem manualmente da placa drywall e secagem em estufa elétrica por volta de 80 ºC num período de 48 horas.

Figura 1 - Primeiros testes: material original.

 

7.1.2 Síntese do limoneno a partir do limão e desenvolvimento placa drywall com poliestireno.

Nesta fase, consistiu-se em aumentar a proporção dimensional atingida anteriormente do drywall. Realizou-se novamente o processo de destilação fracionada com a utilização de cascas de cinco limões, onde observou-se um melhor rendimento e eficácia (comparado com a laranja).

Na destilação fracionada foi possível obter 100 mL de limoneno a partir da casca do limão.

Após a decantação, obteve-se 26 mg de limoneno, onde dissolveu-se 70 g de poliestireno expandido e acrescentou-se 200g de papelão triturado com auxílio de liquidificador.

Logo, todos os componentes foram misturados e o produto final foi moldado manualmente, com o auxílio do papel alumínio a fim de prensá-lo para se atingir uma espessura menor.

Levou-se à estufa elétrica a 80°C a fim de realizar secagem da placa de drywall, e se obter um produto consistente e livre de umidade.

Figura 2 - Papelão original.

 

7.1.3 Desenvolvimento placa drywall com resina de poliéster.

Esta fase, tratou-se em otimizar a produção do drywall a fim de produzir de uma forma mais rápida e eficaz, mantendo a qualidade do produto, onde substituiu-se o poliestireno por resina de poliéster.

Com o auxílio de uma proveta graduada, recolheu-se 100 mL de resina de poliéster, acrescentando-se 30 gotas de catalisador, para agir como "agente secante” acelerando, portanto, o processo de secagem.

Por fim, prensou-se uma massa de 100g de papelão triturado a seco, entreposto a resina de poliéster juntamente com o catalisador, durante a moldagem da placa de drywall.

No processo de secagem, observou-se odor forte, persistente, característico da resina de poliéster, tornando-se uma desvantagem nesta fase.

Outra desvantagem observada a partir da utilização desta resina, foi a ocorrência de formação de rupturas e/ou trincas no drywall, tornando -se inviável para utilização no desenvolvimento do drywall reciclado.

Figura 3 - Primeiro teste com a resina.

 

7.1.4 Desenvolvimento placa drywall com resina epóxi.

Esta etapa consistiu em produzir o drywall impermeabilizado com auxílio da resina epóxi, inibindo o odor característico.

Recolheu-se 150 mL de resina de epóxi e acrescentou-se 75 mL de catalisador para acelerar o processo de secagem.

Triturou-se com auxílio de liquidificador 150 g de papelão a seco, onde adicionou-se 20g de poliestireno expandido para que a placa permanecesse impermeabilizada.

Acrescentou-se todos os elementos ao béquer de 500 mL para que fosse homogeneizado igualmente. 

Utilizou-se papel alumínio para moldagem e prensagem, a fim de obter a placa de drywall ligeiramente fina e uniforme.

Após 48 horas, observou-se que a resina epóxi não liberou odor; desse modo, agregou o poliestireno a placa desenvolvida e conseguiu-se impermeabilizar a placa uniformemente.

Desde o acréscimo e experimento das resinas no desenvolvimento da placa de drywall ,observou-se características diversas destacando-se o processo de cura, onde a resina de poliéster demonstrou-se curando (secando em temperatura ambiente) ao longo do tempo, desenvolvendo chances de rachaduras e quebras; enquanto, a resina epóxi uma vez curada e pós curada, manteve suas características físicas e químicas integralmente.

Figura 4 - Processo de cura do drywall (testes).

Figura 5 - Processo de cura da resina epóxi.


7.2 OBTENÇÃO DE RESINA A PARTIR DO ÓLEO DE SOJA USADO E MOLDAGEM FINAL DE DRYWALL.

Devido a pandemia causada pelo COVID-19 que se iniciou durante o processo experimental da obtenção da resina à base de óleo de soja usado, não foi possível obter e verificar a eficácia da resina e realizar todos os testes combinados aos demais elementos do projeto, propostos inicialmente para o desenvolvimento do drywall ecológico.

Até o momento, obteve-se um produto resistente, originando a placa drywall; porém, ela seria testada com resina à base de óleo de soja usado, tornando o projeto sustentável e menos agressivo ao meio ambiente.

Coletou-se informação sobre obtenção de resina a base de óleo de soja de uma análise terceira, extraído dos autores SANTANA, OLIVEIRA; 2010, na qual resultou-se eficaz na obtenção de resina; logo, posteriormente ocorreria sua aplicação juntamente com demais elementos já obtidos.

Na fase de alcoólise (quebra de triacilgliceróis com poliálcool), foram adicionados, a um balão de quatro bocas, 252g de óleo de soja usado de uso doméstico, 78,75g de propan-1,2,3-triol e 1mL de catalisador Liocat 15.

A reação foi controlada durante um período de uma hora e quarenta minutos sob agitação manual constante, atmosfera inerte de gás nitrogênio (N2) e a uma temperatura de 245°C utilizando uma manta térmica.

Após esse período, constatou-se a solubilidade do meio reacional em metanol, caracterizando assim a conversão eficaz dos triacilgliceróis do óleo de soja usado em monoacilgliceróis e diacilgliceróis (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

Na fase final da síntese da resina, a uma temperatura de 120°C, adicionaram-se ao meio reacional 36,75g de pentaeritritol, 231g de anidrido ftálico, 18,9g de propan-1,2,3-triol e 16,9g de xileno.

A reação se estendeu por seis horas sob rigoroso controle de agitação, temperatura de 215°C e atmosfera inerte de gás nitrogênio (N2), até se confirmar, através de titulação de índice de acidez, a formação da resina. Desligou-se, então, a agitação e o aquecimento e, em seguida, diluiu-se a resina com 472,5g de xileno (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

Utilizou-se uma resina alquídica padrão com óleo de soja novo e compararam-se seus valores com os encontrados com a resina alquídica produzida a partir do óleo de soja usado.

O índice de acidez da resina padrão é de 12 ± 3 mgKOH/g e o encontrado foi 13,97; o peso específico deveria compreender uma faixa de variação entre 1,00 ± 0,02 e o encontrado foi 1,005 ± 0,002 o que prova, portanto, que os valores encontrados experimentalmente para a resina alquídica de óleo de soja usados são iguais aos valores de referência da resina alquídica produzida com o óleo de soja novo (SANTANA, OLIVEIRA; 2010).

 

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.   

Este projeto incentiva, como ponto de partida, uma série de estudos sobre a reciclagem de materiais para uso e aplicação na construção civil, como drywall reciclado.

A metodologia utilizada demonstrou-se eficiente e viável.

A busca crescente por um modelo de desenvolvimento sustentável, principalmente na área de construção civil, faz parte da importância que a sociedade vem dando para o meio ambiente.

A indústria de construção civil compõe um dos pilares de desenvolvimento econômico do nosso país, apesar de contribuir negativamente com diversos impactos ambientais em toda a sua cadeia produtiva, seja ela por produção, transportes, matérias-primas dentre outras.

A construção sustentável, proporciona alternativas como matérias primas renováveis, sustentáveis para utilização, ganhando mercado com as inovações, e deixando de lado materiais e produtos industriais.

A grande maioria dos materiais ecologicamente corretos permite a diminuição da poluição, contaminação do meio ambiente, redução de lixos nas ruas, e até redução nos custos para o consumidor.

A reutilização de materiais descartados no lixo diariamente, que deveriam ser reciclados, demostrou-se fundamental pelo presente projeto, pela importância de sua coleta e reutilização, de forma reciclada, utilizada em conjuntos com material de outras propriedades, criando alternativas sustentáveis e eficientes para a construção civil, de forma a incrementar  a área de construção.

Em função da impossibilidade de complemento de algumas informações, tempo e cenário de pandemia mundial para a conclusão deste projeto, recomenda-se para trabalhos futuros a incorporação de mais dados resultantes dos testes realizados neste trabalho, além de fotos da moldagem da placa drywall obtida com a resina a base de óleo de soja usado, a fim de consolidar a proposta do produto.

 

9. REFERÊNCIAS.

ANJOS, Ana Paula dos; TEIXEIRA, Thaise Mouser. Racionalização da estrutura com a utilização do Drywall. Paraná: 2017. Disponível em: <http://creaprw16.crea-pr.org.br/revista/Sistema/index.php/revista/article/view/260>. Acesso em 22 de maio de 2020.

COSTA, Marco Antonio Cechinel. Gestão de produção em uma indústria de embalagens de papelão ondulado: caso korruga embalagens – estudo de caso. Florianópolis: 2005. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Economia295613.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2020.

DUARTE, Everson Ferreira. Diagnóstico da geração de resíduos de gesso acartonado na construção civil - obras comerciais em Curitiba. Paraná, Curitiba: 2014. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3423/1/CT_CECONS_III%20_2014_06.pdf>.  Acesso em: 30 de abril de 2020.

ERBS, Alexandre. Determinação das propriedades físicas e mecânicas do gesso reciclado proveniente das chapas de gesso acartonado. Florianópolis: 2015. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/88811/234096.pdf?sequence=1>. Acesso em: 01 de abril de 2020.

FERNANDES, J. B.: Estudo do papel como material na construção civil – revisão de literatura. Rio Grande do Norte, Mossoró: 2013. Disponível em: <http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/270/TCC%20-%20BCT/TCC%20Jessica%20Fernandes.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2020.

FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; CASTRO, Renata Cristina Moraes de. Steel Framing: Arquitetura. Rio de Janeiro: 2006. Disponível em: <http://www.arquitecturaenacero.org/sites/default/files/adjuntos/manual_steel_framing_arquitectura.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2020.

GHESTI et al. A educação ambiental na Engenharia e a reciclagem de óleo residual coletado: projeto de extensão Biogama; Blumenau, Santa Catarina, 2012. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12138/1/ARTIGO_EducacaoAmbientalEngenharia.pdf>. Acesso em 25 de maio de 2020.

GODOY et al. Consciência limpa: reciclando o óleo de cozinha. Campo Grande: 2010. Disponível em: <https://repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/1156/1/artigo%2015.pdf> . Acesso em 01 de abril de 2020.

LIMA, Rondinely Francisco de. Técnicas, métodos e processos de projeto e construção do sistema construtivo Light Steel Frame. Belo Horizonte: Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ISMS-9JXL52/1/disserta__o_rondinely_.pdf>. Acesso em 17 de Abril de 2020.

NEVES, Rayenison de Souza; OLIVEIRA, Maria do Socorro Lamego. Drywall: sistema e aplicação de gesso acartonado- Revista científica semana acadêmica. Fortaleza: 2018. Disponível em: <https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo-rayenison.pdf>. Acesso em 19 de abril de 2020.

NOBRE, Bryza Maria Silveira. Drywall e sua difusão na região do cariri. Ceará, Juazeiro do Norte: 2016. Disponível em: <http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=drywall_e_sua_difusao_na_regiao_do_cariri.pdf>. Acesso em 25 de maio de 2020.

NUNES, Heloa Palma. Estudo da aplicação do drywall em edificação vertical. Campo Mourão: 2015. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/6691/1/CM_COECI_2015_2_16.pdf>. Acesso em 31 de março de 2020.

MORATO JUNIOR, José Antonio. Divisórias de Gesso Acartonado: Sua utilização na construção civil. São Paulo: Monografia (Graduação) - Universidade Anhembi Morumbi, 2008.

PINTO, A. G. Plástico. In: IPT/ CEMPRE. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. 1995. Disponível em: <http://cempre.org.br/upload/Lixo_Municipal_2018.pdf>. Acesso em 19 de Abril de 2020.

SANTANA, Adriana Ferreira; OLIVEIRA, Tiago Tolone Craveiro de. Oleoquímica: reciclagem de óleo de soja usado para produção de resinas alquídicas.  São Paulo: 2010. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/arquivos/jovem/67oleoquimica.pdf>.  Acesso em: 12 de março de 2020.

SOUZA, Romildo José de; OLIVEIRA, Alexandre Henrique Rocha de; MOURA, Marcelo Silva. Tratamentos dos resíduos de gesso da construção civil: o caso das construtoras na cidade de Maceió. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, ed. nº 7, Palmas, 2012. Disponível em:<http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/412/2102>. Acesso em 27 de Maio de 2020.

TESSARI, Janaina. Utilização de poliestireno expandido e potencial de aproveitamento de seus resíduos na construção civil. Florianópolis: 2006. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/88811/234096.pdf?sequence=1>.  Acesso em: 30 de abril de 2020.


sábado, 31 de outubro de 2020

Editorial - Ano 1 - Volume 10.

 

FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 10, Série 31/10, 2020.

 

Neste decimo número, da Revista FAPEN ON-LINE, apresentamos aos leitores um artigo com resultados de um projeto desenvolvido por estudantes do curso de administração de uma instituição externa.


Lembramos que, deste o dia 25 de maio, contamos com a indexação do Latindex e que a publicação possui ISSN.

Portanto, os textos aqui publicados podem ser incluídos no currículo lattes e pontuam em concurso público de ingresso e progressão nas mais diversas áreas.

Pesquisadores, estudantes, professores e demais interessados, da instituição e fora dela, estão convidados a submeter textos ao conselho editorial, com vistas a sua publicação.

Assim, reforçamos o compromisso de divulgar projetos e pesquisas inovadoras desenvolvidos no Pentágono e o convite para submissão de textos.

Desde abril, estamos também abertos à participação de interessados vinculados a outras instituições.

Nesta edição, tivemos a participação de administradores, não vinculados à FAPEN, cujo artigo comunica resultados de investigação orientada por um docente da casa, construído quando os autores finalizavam a graduação em uma grande universidade do litoral paulista.

 

Para os docentes e estudantes que tencionam seguir este exemplos e publicar os resultados de suas pesquisas na revista, o editor está disposição para ajudar na formalização do texto, podendo ser contatado através do e-mail da publicação.

Os artigos, ensaios, resenhas de livros ou filmes, noticias e sugestões de pautas devem ser enviados através do e-mail:

fapen.publicacoes@gmail.com

 

A revista é classificada como interdisciplinar e internacional, não possui fins lucrativos e tem periodicidade mensal.

Publica textos em 4 (quatro) segmentos:

 

1. Tecnologias: Projetos de articulação e Inovação;

2. Negócios/Empreendedorismo: Estratégias em Gestão Organizacional;

3. Sustentabilidade: Higiene, Segurança, Ambiente e Responsabilidade Social;

4. Educação e artes: divulgar a produção acadêmica sobre temas de interesse para a pesquisa em educação e artes.

 

A Revista possui expediente formalizado na coluna ao lado direito da tela, um corpo técnico-administrativo formado pelos coordenadores de cursos da faculdade e pelo revisor, um conselho editorial de professores titulados da FAPEN e de outras universidades (visando garantir a isonomia cientifico-acadêmica).

Na mesma coluna ao lado direito, o leitor tem acesso ao Sumário de cada publicação (mês), link de acesso para as normas de publicação e e-mail de contato, formulário de contato, link que permite seguir a publicação através de perfil no Google (possível também através de e-mail cadastrado na revista), acesso ao currículo lattes dos membros do conselho editorial e do corpo técnico-administrativo (clicar na foto correspondente).

 

Os textos mais acessados e o índice de volumes publicados podem ser encontrados na coluna ao lado direito; no rodapé temos o índice de assuntos/ temas publicados e o índice de autores dos textos.

Permitindo fácil localização da temática de interesse dos leitores.

 

Neste decimo número, foi publicado o artigo:

 

Modelo Gerencial de empresas familiares: um estudo de caso do Magazine Luiza. - projeto desenvolvido pelos então estudantes de administração: Alexandre de Souza Mello Inácio, Gabriela Ferreira Paiva, Pâmela Martins Ferreira, Stephany Souza Santana, Tainá Pereira da Silva e Thalita Tainara Nascimento Ventura; atualmente já formados e atuando com sucesso no mercado de trabalho; na ocasião orientandos ao longo do ano de 2014 pelo editor da Revista, Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos, o qual realizou algumas correções a atualizações visando à comunicação de resultados extremamente pertinentes aos tempos de pandemia.

https://fapenpentagono.blogspot.com/2020/10/fapen-on-line.html

 

Aguardamos novas propostas de colaboração do público interno e externo, as quais serão analisadas pelo editor e conselho editorial.

Convidamos todos a seguir a publicação, clicando no link seguir na coluna ao lado direito, abaixo do sumário.

 

Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.

Editor de Publicações FAPEN.




sábado, 10 de outubro de 2020

Modelo Gerencial de empresas familiares: um estudo de caso do Magazine Luiza.


FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 10, Série 19/10, 2020.


Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos

Doutor em Ciências Humanas - USP

MBA em Gestão de Pessoas - UNIA
Licenciado em História - CEUCLAR
Licenciado em Filosofia - FE/USP
Bacharel em Filosofia - FFLCH/USP

Orientador e líder do projeto

 

Autores: A. S. M. Inácio, G. F. Paiva, P. M. Ferreira, S. S. Santana, T. P. Silva, T. T. N. Ventura.


RESUMO: As empresas familiares apresentam características peculiares e a sua importância é inegável em qualquer economia, de tal forma que estudos referentes a esse tema são indispensáveis. Empresas como essa são formadas por membros da mesma família e que geralmente possuem duas ou mais gerações presentes em sua gestão. Este trabalho tem por objetivo geral analisar os modelos de gestão utilizados em uma empresa familiar, utilizando-se de um estudo de caso a partir do Magazine Luiza. Os resultados apontam que há um aprimoramento no modelo de gestão adotada pela empresa, na qual o patriarca e seus filhos utilizam os conhecimentos adquiridos em suas formações. 

PALAVRAS-CHAVE: Empresa Familiar, Sucessão, Profissionalização, Gestão, Magazine Luíza.


ABSTRACT: Family businesses have unique characteristics and its importance is undeniable in any economy, so that studies on this topic are needed. Companies like this are formed by members of the same family and which usually have two or more generations in its present management. This work has the objective to analyze the management models used in a family business, using a case study from Magazine Luiza. The results show that there is an improvement in the management model adopted by the company, in which the patriarch and his children use the knowledge acquired in their training. 

KEYWORDS: Family Business, Succession, Professionalization, Management, Magazine Luiza.


1. INTRODUÇÃO.

As empresas familiares ao longo dos anos vêm sendo objeto de pesquisa crescente, o que se justifica devido a esse tipo de organização ser responsável pelo crescimento social e econômico nos mais diversos países, denotando sua importância no contexto global.

Vários estudos sobre empresas familiares fazem diferentes suposições, mas mesmo as mais conservadoras estimativas colocam a proporção destas entre 65% e 80% do total de empresas existentes globalmente.

As empresas familiares têm uma expressiva participação no cenário mundial, tanto economicamente, com grande participação do PIB; quanto socialmente, por gerarem milhões de empregos diretos e indiretos.

Ressalta-se que as organizações familiares possuem características que as diferenciam das outras, dentre as quais se destaca o processo sucessório, o qual envolve situações complexas que precisam ser estudadas.

O processo sucessório é um momento importante no ciclo da empresa familiar, de forma que o início de uma nova gestão pode trazer melhorias ou conduzir ao fracasso do projeto criado pelo patriarca.

Diante deste fato, a maioria das organizações familiares sente dificuldades em passar o comando aos sucessores.

Outro aspecto que merece atenção é a questão da profissionalização na gestão familiar, visto ser uma ferramenta essencial para que o processo sucessório ocorra de maneira satisfatória e alcançar o efetivo o sucesso do negócio.

Para analisar este contexto, utilizaremos como referencial, em um estudo de caso, o conglomerado empresarial Magazine Luiza, o qual possui uma gestão de alto nível, construída ao longo de décadas pela patriarca da família: Luiza Trajano.

 

2. CARACTERÍSTICAS DE UMA EMPRESA FAMILIAR.

Uma empresa é considerada familiar quando está perfeitamente identificada com uma família há pelo menos duas gerações e quando essa ligação resulta em uma influência recíproca na política da firma e nos interesses e objetivos da família.

Bornholdt (2005) considera uma empresa como familiar quando um ou mais dos fundamentos a seguir podem ser identificados:

• O controle acionário pertence a uma família e/ou a seus herdeiros;

• Os laços familiares determinam a sucessão no poder;

• Os parentes se encontram em posições estratégicas como na diretoria ou no conselho de administração;

• As crenças e os valores da organização identificam-se com os da família;

• Os atos dos membros da família repercutem na empresa, não importando se nela atuam;

• Ausência de liberdade total ou parcial de vender suas participações/quotas acumuladas ou herdadas na empresa.

 

3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ESTUDADA.

O Magazine Luiza é um exemplo para as empresas familiares no Brasil, o profissionalismo está à frente dos negócios e sem dúvidas é parte fundamental para o crescimento da organização.

 

3.1. Constituição da Organização.

Em 1957, o casal Luiza Trajano e Pelegrino José Donato comprou uma pequena loja na cidade de Franca, interior de São Paulo, até então chamada “A Cristaleira” e a inauguram no dia 16 de novembro.

Iniciou-se o que seria uma das maiores redes de varejo do país, o Magazine Luiza.

O nome da loja foi escolhido em um concurso cultural, promovido em uma rádio local, um exemplo de que a empresa ouve e respeita a opinião de seu público.

 

3.2. Origem da Organização.

O Magazine Luiza S/A é uma empresa familiar brasileira de médio porte, sua natureza é sociedade anônima fechada, tem como presidente Luiza Helena Trajano e mantém uma franquia de 737 lojas que emprega mais de 24.000 funcionários, com mais de 20 milhões de clientes, a organização atua no comércio varejista em 16 estados do país.

O seu faturamento anual, em 2010, foi de R$ 6 bilhões, destacando seus principais produtos de venda, como produtos eletrônicos, eletrodomésticos e móveis, além de brinquedos, cama, mesa, banho, etc.

Dez anos depois, este faturamento alcançou 7 bilhões de reais somente no primeiro trimestre de 2020.

 

4. METODOLOGIA.

Para elaboração deste estudo seguimos a normatização da ABNT (Associação Brasileira de normas Técnicas), conforme preconizado pela NBR (Norma Brasileira Regulamentadora) 6023.

A metodologia científica foi composta a partir de uma junção de METHODÓS, os quais exprimem um caminho percorrido ou organização do pensamento, funcionando como elemento facilitador da produção do conhecimento que auxiliou o entendimento do processo de busca por respostas dos fenômenos abordados.

A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso, exploratório e descritivo com abordagem qualitativa e quantitativa, baseado na coleta de dados empíricos.

Para realizar o estudo, foi feita uma amostra de pesquisa de campo com alguns funcionários de uma filial da empresa estudada, através de um questionário.

As perguntas não tinham nenhum caráter invasivo e por esse motivo foi possível ter uma conversa informal que deu liberdade, não só para os funcionários responderem as questões, como para desenvolver o ponto de vista essencial para concretizar a investigação.

Durante a realização do estudo de caso, foram feitos embasamentos em livros e teses sobre a gestão familiar.

A análise dos dados foi realizada de forma intuitiva e o resultado não é o foco da abordagem, mas sim seu processo e significado.

 

5. AS EMPRESAS FAMILIARES PARA ECONOMIA BRASILEIRA.

Segundo dados do ano de 2011(IBGE), as empresas familiares representam cerca de 98% do total do mercado brasileiro, portanto, a principal engrenagem econômica do país.

Segundo Gersick (1997), o crescimento e o desenvolvimento econômico mundial foram fortemente marcados pelo sistema de produção doméstico e, ainda hoje, grande parte das empresas no mundo tem sua origem como “negócio familiar”.

No atual cenário macroeconômico, em que fusões e aquisições acontecem com frequência e produtos que são importados representam muito para o mercado brasileiro, a concorrência em qualquer setor está cada vez mais forte.

Consequentemente, as empresas precisam ampliar horizontes e organizar os negócios se quiserem crescer ou até mesmo sobreviver.

Segundo Bernhoeft (1987), um dos graves erros que continua sendo cometido, no tratamento das empresas familiares no Brasil, é não fazer uma clara separação entre controle e gestão.

Fala-se muito em profissionalizar o gerenciamento dos negócios para enfrentar os desafios da globalização e de uma economia instável.

Para abrir capital, por exemplo, é necessário que a empresa tenha total transparência nas metas e objetivos de rentabilidade, pois passará a prestar contas aos acionistas.

E foi seguindo esse modelo de gestão que a empresa Magazine Luiza veio a lançar ações na Bolsa no começo do ano de 2011, captando R$ 925,8 milhões.

Analistas de mercado apontam que o ponto chave da expansão, da rede Magazine, é o profissionalismo que esta à frente dos negócios, não permitindo que os egos familiares ganhem destaque.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2010 pela consultoria McKinsey, empresas familiares têm rentabilidade 3% superior, em média, comparativamente com negócios não familiares, justamente pelo comprometimento do fundador.

As empresas familiares são de extrema e total importância para a economia do nosso país e do mundo, mas para que esse modelo continue crescendo e alcance bons resultados, é necessário uma profissionalização.

 

6. EMPRESAS FAMILIARES E O PRINCÍPIO DA ENTIDADE.

A contabilidade financeira tem por finalidade controlar o patrimônio das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio).

Deve também prestar dados a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem obter ações da empresa se ela for uma companhia aberta (NEVES; VICECONTI, 2001: 05).

 

6.1. Conceito: Princípio da Entidade.

Alguns princípios e conceitos da contabilidade são muito interessantes e, quando aprofundamos o conhecimento sobre eles, aprendemos e extraímos informações extremamente úteis para vida pessoal e profissional.

Um desses conceitos diz respeito ao princípio da entidade, que reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

Nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Outro conceito diz respeito especificamente às empresas familiares, consideradas unidades econômicas de produção, cuja função é a criação de riquezas mediante a produção de bens e serviços, sob a direção, responsabilidade e controle do empresário que a criou.

Uma característica presente de forma acentuada e marcante são os interesses da família proprietária, que influem de maneira decisiva na tomada de decisões e na forma de dirigir a empresa.

O resultado desta influência é que alguns membros do grupo familiar sentem-se envolvidos, como gestores, na direção da empresa.

 

6.2. O Princípio da Entidade e o Patrimônio das Empresas Familiares.

Infelizmente, muitos empresários e administradores não praticam o princípio da entidade, uma vez que misturam ou confundem finanças pessoais com finanças empresariais.

Acham que a empresa é uma continuação da sua casa, do seu lar.

Quando entendemos e aplicamos a conceituação de Entidade, percebemos que essa prática é totalmente contrária a uma administração profissionalizada e eficaz.

É extremamente importante que o empresário ou administrador entenda que o dia-a-dia patrimonial não pode ser confundido com o cotidiano dos proprietários e sócios da empresa.

Não é essa a realidade encontrada no majoritariamente no Brasil.

É comum administradores fazerem retiradas do caixa da empresa para pagar dívidas pessoais, ou adquirir bens para seu uso pessoal, utilizando para isso o “nome” da empresa.

O problema é que esse tipo de prática compromete o controle e a organização da empresa, podendo até mesmo provocar o seu fechamento.

Para um efetivo controle, o patrimônio organizacional não deve ser misturado ao dos seus sócios.

Exemplificando, quando um sócio retira dinheiro do caixa da empresa para efetuar algum pagamento pessoal, esse valor deve ser lançado como uma dívida para com a empresa e, portanto, deverá ser reembolsado.

Na contramão deste exemplo, caso a retirada efetuada pelo sócio seja utilizada em prol da empresa, comprovando-se com a respectiva documentação, visto o benefício desfrutado pela empresa, o reembolso não precisa ser efetuado.

Assim, o controle e a escrituração das contas dos sócios e da empresa devem ser feitos de forma separada, sempre efetivando registros contábeis claros e precisos e, principalmente, que forneçam informações sólidas e corretas para a tomada de decisões organizacionais.

 

7. VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS EMPRESAS FAMILIARES.

Quando a empresa é conduzida de forma ímpar por proprietários, as vantagens se tornam inúmeras e gratificantes, mas se em algum momento a importância da gestão se tornar menor que os privilégios de seus gestores, as desvantagens se tornam maiores que os benefícios.

 

 7.1. Vantagens.

Segundo Ricca Neto (1998), quando analisamos os pontos fortes das empresas familiares, existem vários aspectos a considerar.

Alguns itens secundários podem ser lembrados, mas, embora importante, não são essenciais.


Interesses Comuns: os laços afetivos entre as pessoas, a harmonia dos gostos e as formas de atuação geram interesses comuns entre os membros da família que trabalham na empresa; existe uma exigência maior e sacrifício em prol de um objetivo comum.

Facilidade na transmissão da informação: a comunicação é intensa e fluida, sem barreiras desnecessárias, desde que haja unidade e confiança entre as pessoas envolvidas no gerenciamento e execução de tarefas.

Flexibilidade de Processos: a maior simplicidade na estrutura da organizacional facilita à atribuição das responsabilidades, a delegação de funções, a autonomia e flexibilização dos sistemas de informação e controle. As empresas familiares são, em regra, menos burocráticas.

Projeto ao longo prazo: a dedicação dos membros da família é maior do que nas empresas com outro tipo de gestão; os planos são feitos ao longo prazo, no melhor interesse da família e dos sucessores que garantirão a continuidade do negócio.

Permanência da cultura e dos valores: as organizações de tipo familiar são marcadas pela cultura e pelos valores definidos pelo fundador; para o bem ou mal, a sua personalidade e hábitos de trabalho funcionam como um exemplo a seguir pelo restante dos colaboradores.

 

 7.2. Desvantagens.

São muitas as causas que explicam a elevada mortalidade das empresas familiares, inclusive, algumas comuns às empresas não familiares, tais como as crises económicas e as mudanças no meio envolvente e no perfil dos clientes.

Cada pessoa quer mostrar sua importância na empresa, a mentalidade é que sem ela a empresa não poderia existir.

Segundo Ricca Neto (1998: 52), isso é mais sentido por empresários e pessoas que têm posições de comando por um longo tempo e, neste sentido, podemos enumerar como principais desvantagens:


Falta de capacidade para gerir a empresa: muitas vezes, a família não dispõe de alguém com experiência para liderar pessoas e projetos; só sabe que é dona da empresa, mas não tem um membro da família com competências suficientes para levar o negócio à diante.

Isolamento negocial: fechada em si, uma empresa familiar tende a deixar tudo em família, ignorando quaisquer mudanças no meio envolvente, nos produtos e nos clientes; não está atenta ao que se passa no exterior, não atualiza os produtos e serviços, nem satisfaz os clientes da melhor forma.

Não seguir as regras do mercado quanto à gestão: uma empresa familiar tem que ser ainda mais flexível na capacidade de adaptação às novas exigências do mercado. Isso nem sempre acontece porque o dono da empresa tende a centralizar as decisões e a ser pouco propenso a mudanças radicais, em particular, as relativas ao rompimento com a cultura e os hábitos de trabalho enraizados.

Problemas a nível familiar: os gestores sentem uma grande dificuldade em separar a vida profissional da pessoal; trabalham, em regra, mais horas e vivem mais intensamente os problemas da empresa, sacrificando muitas vezes a sua vida familiar. Por outro lado, quando existem conflitos no seio dos negócios, estes acabam por se alargar ao campo das relações pessoais.

Problemas com a sucessão: a saída é uma das decisões mais difíceis para o diretor de uma empresa familiar, por isso, é normalmente adiada. A falta de sangue novo pode comprometer fatalmente a capacidade de inovação da empresa. Por outro lado, mesmo que o processo de sucessão tenha sido bem conduzido, a história demonstra que muitas empresas familiares de sucesso acabam por não resistir à saída do seu fundador, nomeadamente quando este era particularmente carismático.

 

8. ESTUDO DE CASO: MAGAZINE LUIZA.

A amostra de pesquisa foi realizada na filial 553 da rede Magazine Luiza situada na cidade de Vicente de Carvalho/Guarujá, a loja foi inaugurada a pouco mais de seis anos e, desde então, é uma das mais frequentadas da região do litoral paulista.

A filial emprega 33 funcionários e a amostra foi realizada por meio de um questionário respondido por 10 funcionários.

A média de tempo dos funcionários entrevistados é de 4 anos atuando na empresa, sendo que o mais antigo deles trabalha há 6 anos e o mais novo há 7 meses; o questionário foi entregue a 5 homens e 5 mulheres.

O questionário continha 5 perguntas:

1. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

2. Você sabe a história da Magazine Luiza? Participou de alguma Integração?

3. Você participou de algum tipo de treinamento?

4. Em relação ao ambiente de trabalho, você se sente seguro?

5. A empresa estimula a contratação de familiares e/ou pessoas próximas de alguma forma?

 

8.1. Resultado da amostra.

Foi constatado que 100% dos funcionários entrevistados participaram da Integração, logo podemos afirmar que a organização se preocupa em transmitir os valores e a cultura para o recém-chegado.

Já 20% dos funcionários entrevistados não tinham conhecimento sobre a história da rede Magazine Luiza antes da Integração.

Todos afirmaram que já participaram de mais de um tipo de treinamento; este tipo de gestão traz benefícios para os colaboradores e para os empresários.

Um dado muito relevante e interessante é que todos os funcionários se sentem seguros, um colaborador que se sente seguro tem mais motivação e bom humor para trabalhar.

Os dez funcionários afirmaram que a empresa permite que um parente trabalhe em outra filial e que indicações de pessoas próximas são importantes para a empresa.

As indicações através de quem já trabalha na empresa vêm sendo utilizadas com intuito de facilitar a busca por profissionais que se enquadram com o perfil da organização, pois passaria mais confiança.

O Magazine Luiza aposta também na indicação, porque dessa forma valoriza os colaboradores que estão comprometidos com a empresa.

Na visão da organização, quem indica um amigo “é porque gosta da empresa onde trabalha e tem a preocupação de atender as expectativas do colaborador que o indicou”.

 

8.2. Profissionalização.

A despeito de continuar com sua fundado a frente da gestão, a organização está já nas mãos da segunda e terceira geração, primando pela profissionalização do negócio, que tem como palavra chave e fundamental a INOVAÇÃO.

Em uma entrevista para site Tribuna do Norte, Luiza Helena Trajano, sobrinha dos fundadores, hoje superintendente da empresa, afirmou que o Magazine Luiza investe em treinamentos e cursos de técnicas de vendas, produtos, e técnicas comportamentais.

O Magazine Luiza possui um grande plano de treinamento para os colaboradores, que é colocado em prática pela equipe de Recursos Humanos, profissionais internos da empresa e consultores.

O Magazine Luiza tem um Centro de Treinamento e Desenvolvimento, que trabalha para treinar e capacitar a equipe para atender a clientela.

Também formam pessoas que são chamados de multiplicadores, que recebem treinamento e o transmitem para outras pessoas.

Como apoio a esse processo, nas lojas e nos ambientes da empresa existe uma rádio interna, a TV Luiza, jornais e um canal via intranet, para manter a interatividade com nossos colaboradores.

Com uma visão tecnológica, o Magazine Luiza sempre investiu em vendas on-line, quando ainda não existia internet, já vendia nas lojas eletrônicas, por meio de computadores e foi a primeira empresa a investir neste mercado.

Hoje pode se afirmar que sua maior loja é a internet, inclusive com forte estimulo propiciado pela pandemia de 2020 e o apoio da fundadora Luiza Trajano a tese do isolamento social como forma de combater o alastramento do vírus e promover a redução das mortes provocadas pela covide-19, o que ampliou a simpatia das pessoas pela marca.

Para Luiza Trajano, o segredo é ter uma equipe sempre está atenta às inovações que possa surgir no mercado, com liberdade para apresentar suas ideias.

A empresa, inclusive, foi uma das primeiras a adotar o trabalho remoto para seus funcionários em função da pandemia, para preservar a saúde dos mesmos, comprometendo-se a não reduzir salários ou demitir, mesmo se as vendas sofressem queda, o que não aconteceu.

Pelo contrário, houve aumento do faturamento com a aposta do fomento a vendas on-line com acompanhamento de funcionários, antes presenciais, alocadas em uma atendimento remoto personalizado ou no setor logístico.

Segundo Luiza Trajano, o Magazine é realmente muito bom em inovação porque tem uma usina de ideias em que todos participam, o que garante respostas rápidas as mudanças do mercado.

 

8.3. A sociedade e o meio ambiente.

O slogan “Jeito Luiza de Ser” adotados pela empresa, sugere a um modelo democrático, atrelando uma significativa diversidade de ações que visam promover benefícios para todos, inclusive funcionários, clientes, fornecedores, meio ambiente e sociedade.

Segundo dados do site da empresa, os gerentes das lojas recebem recursos específicos para apoiar eventos comunitários e participar ativamente de campanhas e mobilizações em prol da saúde e da sociedade.

Para o Magazine Luiza a solidariedade é um dos valores mais fortes, razão pela qual participa de inúmeros projetos sociais e culturais nas comunidades em que suas lojas estão inseridas, valorizando e auxiliando as iniciativas locais e, principalmente, a cultura regional.

O “Projeto Rede do Bem”, reúne e divulga ações sociais desenvolvidas por colaboradores ou unidades da empresa.

Este projeto incentiva campanhas do agasalho, projetos de voluntariado, doação de sangue, de alimentos, de presentes, cobertores e outras utilidades para entidades ou hospitais.

O Magazine Luiza, desenvolve também políticas e práticas de preservação e conscientização em relação aos recursos naturais.

Já desenvolveu campanhas de sensibilização, como, por exemplo, o “Projeto Cuidar do Ambiente” e o “Sua Empresa e Sua Casa”.

Participou do movimento “Hora do Planeta”, criado pela ONG internacional World Wildlife Fund (WWF), campanha que pedia um apagar das luzes em um momento de reflexão e de demonstração de preocupação com o futuro do planeta, ameaçado pelo aquecimento global.

 

8.4. O Magazine Luiza e a Cultura.

Por meio de incentivo fiscal, a empresa também patrocina eventos e ações culturais.

Um exemplo é o lançamento do livro “Tudo que é sólido pode derreter”, uma obra da série da TV Cultura.

Desde 2008, patrocina um dos maiores eventos da cidade de São Paulo, o Show da Virada, em comemoração a passagem de ano.

A estrutura é preparada para receber em torno de dois milhões de pessoas, que celebram juntos o réveillon na avenida mais movimentada de São Paulo, a Avenida Paulista.

Entre outros compromissos com a sociedade, podemos citar também “Adote um Universitário”, programa de estágio na empresa, e o “Clube Recreativo Gamalu”, entre outros.

 

8.5. Prêmios e Reconhecimento.

Em 2013, o Magazine Luiza foi classificado como uma das 10 marcas mais valiosas do Brasil (10º lugar), em pesquisa inédita da Interbrand - Best Retail Brand 2013.

Integrou a lista das "100 Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina" em diversas ocasiões e anos consecutivos desde 2013, em pesquisa do Instituto Great Place to Work. 

Eleita, igualmente, uma das "100 melhores empresas em Índice de Desenvolvimento Humano e Organizacional" (IDHO), em pesquisas da Editora Gestão RH.

Conquista o prêmio de 2º melhor empresa em atendimento do Varejo, segundo Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com Cliente (IBRC), divulgado na Revista Exame.

Recebeu mais de 4 vezes o “Prêmio Empresa Amiga do Esporte”, concedido pelo Ministério dos Esportes (Governo Federal) às organizações que mais apoiaram ações desportivas no País.

 

9. DISCUSSÃO.

A presidente do Magazine, a fundadora Luiza Trajano, acreditava que o primeiro semestre de 2015 seria o mais difícil para o setor de varejo, mas na ocasião, a gestão profissionalizada do grupo garantiu a manutenção do faturamento e, mesmo durante a pandemia de 2020, aumentou sua lucratividade.

Os bons resultados podem ser creditados ao desempenho nos esforços de marketing para dar conta competição em meio a constantes mudanças de cenário no Brasil e no mundo.

Os principais desafios para os próximos anos continuam centrados na continuidade do caráter inovador da gestão familiar da empresa.

Como empresa familiar, a profissionalização da administração e uma transição gradual do comando tem garantindo aos aspectos positivos sobressair-se sobre os negativos, no âmbito deste modelo de gestão organizacional.

Uma eficácia administrativa que prima pela comunicação, valorizando muito mais os benefícios trazidos pelos produtos que o Magazine vende em lojas físicas e virtual.

Adotando uma política de valorização das pessoas, quer sejam colaboradores ou clientes.

 

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Esta pesquisa acadêmica foi realizada com objetivo de compreender, analisar e entender a gestão das empresas familiares, utilizando como referencial o Magazine Luiza.

Para que o trabalho não limitasse apenas a teoria, realizamos entrevistas e pesquisa documental, visando gerar dados empíricos.

Através de um questionário, entrevistamos colaboradores da empresa estudada, obtendo respostas espontâneas.

Embora os resultados não possam ser generalizados, visto que se tratou de um estudo de caso em apenas uma filial, pode-se afirmar que o Magazine Luiza é uma empresa familiar, diferenciada com relação ao que se verifica na maior parte das organizações que seguem este modelo de gestão.

Acreditamos que as empresas familiares serão obrigadas se profissionalizar e atualizar para sobreviver às exigências do mercado, em um contexto de cenários instáveis.

Os herdeiros destas organizações possuem apenas dois caminhos para o futuro: profissionalizar a gestão ou abrir mão do controle sobre a empresa.

Caso contrário, o resultado em insistir nos erros, ressaltados como desvantagens presentes nas empresas familiares, resultará em falência.

Isto não significa o abandono de aspectos estritamente vinculados com a gestão familiar do negocio, tal como a proximidade e intimidade, que positivamente permite liberdade ao colaborador para dar opiniões diretamente ao tomador principal de decisões.

Não obstante, exige uma visão mais ampla e voltada à adaptação constante da empresa familiar a realidade do mundo e do mercado onde se insere.

Neste sentido, a empresa estudada foi significativa para o entendimento deste fato, podemos, assim, afirmar que é uma organização importante para a economia do país, e pode ser seguida como exemplo de gestão de empresa familiar.

Portanto, através deste breve estudo de caso, esperamos ter contribuído para uma nova compreensão das organizações administradas ou controladas por familiares.

 

11. REFERÊNCIAS.

11.1. Fontes.

Magazine Luiza - Compromisso Com a Sociedade. 2012. Trata-se de um site empresarial. Disponível em <http://www.magazineluiza.com.br/quem-somos/compromisso-com-a-sociedade/>. Acesso em: 10 out. 2014

Magazine Luiza - Quem Somos. 2012. Trata-se de um site empresarial. Disponível em: <http://www.magazineluiza.com.br/quem-somos/>. Acesso em: 10 out. 2014

Mundo das Marcas - Magazine Luiza. 2014. Trata-se de um site sobre marcas e cases de marketing. Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/09/magazine-luiza-vem-ser-feliz.html>. Acesso em: 15 out. 2014

O Globo - Presidente da Magazine Luiza vê piora na economia em 2015. Trata-se de um site de artigos aos mais diversos temas. Disponível em <http://oglobo.globo.com/economia/presidente-da-magazine-luiza-ve-piora-na-economia-em-2015-13570027>. Acesso em: 15 out. 2014

WIKIPEDIA. Página do projeto: fontes fiáveis. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Magazine_Luiza>. Acesso em: 22 out. 2014

 

11.2. Bibliografia.

BERNHOEFT, Renato. Empresa Familiar: Sucessão Profissionalizada ou Sobrevivência Comprometida. São Paulo: Ibecon (Instituto Brasileiro de Educação Continuada), 1987.

BORNHOLDT, Werner. Governança da Empresa Familiar. São Paulo: Bookman, 2005.

GERSICK, Kelin E. De Geração para Geração: Ciclos de Vida das Empresas Familiares. São Paulo: Negócio, 1997.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade de Custos: Um Enfoque Direto e Objetivo. São Paulo: Copyright, 2000.

RICCA NETO, Domingos. Da Empresa Familiar à Empresa Profissional. São Paulo: CL-A Cultural, 1998.