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quinta-feira, 26 de março de 2020

Avaliações na Educação a Distância.


FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 3, Série 26/03, 2020.

Prof. Ms. Gervasio das Neves Salvador.
   Engenheiro em Eletrônica - FEI.
    Mestre em Engenharia Elétrica - FEI.
    Especialista em Didática e Metodologia 
    do Ensino Superior - UNIA.
Prof. Esp. Araken Patusca Linhares.
Tecnólogo em Processos de Produção - UNIA.
Especialista em Produção Mecânica - UNIA.






RESUMO: Objetivamos refletir sobre os processos de avaliação na modalidade de ensino Educação a Distância, onde faremos uma relação sobre os resultados obtidos pela utilização da avaliação continuada. Teceremos comparativos entre as diversas possibilidades de avaliação, tanto na modalidade de ensino presencial, bem como na a distância. Apresentamos uma breve discussão sobre a necessidade da compreensão de como a educação utiliza-se da avaliação, dentro de distintos enfoques. Discutiremos a necessidade dos professores tutores reverem alguns aspectos da avaliação e da importância do feedback ao aluno sobre seu aprendizado, durante todo o processo ensino aprendizagem, e a característica de um bom instrumento de avaliação. A metodologia adotada no desenvolvimento desta pesquisa foi o lógico-sistemático, com base em doutrinas e fontes secundárias.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação EAD, Avaliação Continuada, Ensino a Distância.

ABSTRACT:  We aim to reflect on the evaluation processes in the Distance Education teaching modality, where we will make a list of the results obtained by using the continuous evaluation. We will make comparisons between the different possibilities of assessment, both in the classroom mode, as well as in distance learning. We present a brief discussion on the need to understand how education uses assessment, within different approaches. We will discuss the need for teacher tutors to review some aspects of assessment and the importance of feedback to students about their learning, throughout the teaching-learning process, and the characteristic of a good assessment tool. The methodology adopted in the development of this research was the logical-systematic, based on doctrines and secondary sources.

KEYWORDS: Distance Learning Assessment, Continuous Assessment, Distance Learning.


1. INTRODUÇÃO
O surgimento da modalidade de ensino Educação a Distância, fez com que fossem revistos os conceitos de educação.
O uso da tecnologia da informação proporciona uma grande possibilidade de otimizar horários, bem como, encontrar condições mais viáveis de estudo.
Sobretudo aqueles antes impossibilitados de se graduarem, pela dificuldade de locomoção ou falta de tempo.
Professores e alunos podem usufruir da educação a distância, via web ou satélite, onde a intermediação do processo ensino aprendizagem é mais interativa, valendo-se de ferramentas versáteis e modernas.
No entanto, existem grandes dificuldades para avaliar o educando neste tipo de modalidade de ensino.
Uma vez que a avaliação não pode ser parametrizada apenas através de trabalhos ou avaliações de um único tipo.
Para avaliar no ensino a distancia é necessária atenção ao desenvolvimento do aluno, principalmente, no que tange o acompanhamento do aprendizado dos conteúdos.

2. POSSIBILIDADES DE AVALIAÇÃO.
Para que se possa entender o processo de avaliação, especificamente, na modalidade de ensino a distância, torna-se necessário compreender como a educação utiliza instrumentos, dentro de enfoques distintos, senão vejamos:

A. Educação Tradicional: Verificações de curto e longo prazo, caráter punitivo e de reforço com promoção ou retenção em função de notas.
B. Tecnicista: Avaliação de comportamentos, que podem ser medidos e observados e em face de objetivos pré-estabelecidos.
C. Libertadora: A checagem direta da aprendizagem é desnecessária, a avaliação da prática vivenciada entre educador/educando e a auto-avaliação em termos de compromisso assumido com a prática social.
D. Progressista: A avaliação é realizada a qualquer momento, pois sua preocupação é diagnosticar falhas; observação do desempenho; valorização de outros instrumentos que não a "prova".

Ao integrar educação e tecnologias interativas, ocorreu o surgimento da Educação a Distância Mediada por Computador - EDMC (LOYOLLA e PRATES, 1998, p.1-13).
A qual possibilita atividades educacionais assíncronas, sem a exigência de presenças físicas e simultâneas de professor e alunos, transformando a sala de aula em um espaço "virtual".
Na modalidade EAD, é um desafio desenvolver metodologias para avaliação dos alunos, pois, precisam ser dinâmicas e interativas, mesmo embora tenha havido um avanço nesta modalidade.
As formas de avaliação inovadoras tem que se adaptar a este modelo e ainda hoje são quase inexistentes.
Alguns projetos EAD apresentam um aprendizado cooperativo, colaborativos e interativos entre grupos de alunos e em diferentes locais.
Os processos de avaliação deverão também contemplar este tipo de aprendizagem.
Os critérios básicos utilizados no processo de avaliação na modalidade presencial são bastante evidentes, tais como a reprodução do conteúdo ensinado em aula, participação, frequência, comportamento e apresentação.
Algumas vezes, busca-se avaliar também os critérios subjetivos (fracasso, êxito).
Na EAD, encontramos dificuldades para avaliar através dos aspectos citados, levando-nos a crer que a avaliação continuada passa a ocupar um papel de real importância no processo.
Dentro do campo educacional, a avaliação assume diferentes papéis.
A classificação é definida por Bloom e seus colaboradores, onde a avaliação pode ser formativa, somativa e diagnóstica.

Para alguns autores, é possível elaborar provas somativas e provas formativas utilizando o computador como instrumento na avaliação. As provas somativas ocorrem ao final da instrução e verificam o que o aluno aprendeu, apresentando uma pergunta após a outra. As provas formativas ocorrem durante o processo de instrução e visam a recuperação de falhas na aprendizagem. O aluno recebe o feedback indicando se a resposta é correta ou incorreta e são fornecidas informações adicionais sobre o assunto abordado pela questão.
É importante referenciar as diferenças estruturais entre testes formativos, somativos e diagnósticos. Um teste somativo, por exemplo, freqüentemente possui mais abrangência de conteúdo que um teste formativo – engloba, na maioria das vezes, os aspectos mais relevantes e mais gerais de várias unidades de ensino, enquanto que este último se atém ao conteúdo de uma unidade específica de ensino. Embora possa haver diferenças estruturais entre os testes formativos, somativos e diagnósticos, um mesmo teste pode servir às três funções da avaliação dependendo do uso que se pretenda fazer dos seus resultados.

O emprego do computador, na avaliação a distância, possibilita ao aluno um feedback imediato, flexibilização datas de realização das avaliações.
Também permitir ao aluno estabelecer um ritmo individual, e, em face à abordagem dos conteúdos em módulos  - com a apresentação consistente e a portabilidade -, tudo isso passa a ser considerado como vantagens.

3. COMO AVALIAR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
Ao avaliar, os professores tutores precisam rever alguns aspectos da avaliação, tais como: o uso autoritário, redimensionamento do uso, no que tange a forma quanto o conteúdo e mudança da visão perante os resultados da avaliação.
Boa parte dos professores tutores critica os modos de avaliação usados para checar o desempenho e avaliar os programas.
Avaliar os resultados significativos da aprendizagem permite um enfraquecimento do currículo, da instrução e das decisões sobre como trabalhar.
Uma vez que enfatiza a memorização de fatos, não permitindo muitas oportunidades para as práticas de habilidades de ordem mais alta do pensamento.

Desta forma surgem alguns questionamentos, senão vejamos:
• De que forma executar a avaliação das condutas de professores e alunos e os conteúdos propostos nas aulas na educação à distância?
• De que maneira verificar a interação entre alunos e ambientes de EAD, para implementar as metodologias de avaliação?

É claro que a avaliação precisa ser continuada, realizada durante o processo de aprendizagem, que é quando o professor observa o desenvolvimento dos conhecimentos.
No EAD, o aluno é centro do processo de ensino aprendizagem, assim, precisamos propiciar novas possibilidades de opção.
É necessário disponibilizar visões alternativas do mesmo problema e, ao mesmo tempo, materiais complementares que ajudem na formação.
O processo de avaliação precisa ser dinâmico e continuado, auxiliando a identificação habilidades dentro do processo de aprendizagem, objetivando um feedback.

Pensando no educando, acreditamos que entre as características de um bom instrumento de avaliação, precisa ser destacado:
Validade: afere generalidades apropriadas sobre as habilidades dos estudantes;
Consistência: Faz com que os professores definam claramente o que esperam da referida avaliação;
Coerência: Os objetivos educacionais e a realidade do aluno precisam ser conectados;
Abrangência: Todas as habilidades necessárias e conhecimentos devem estar incorporados ao conteúdo;
Clareza: Deve permitir o entendimento do que é esperado, desta forma, não o confundindo ou induzindo-o a respostas;
Equidade: deve ser igual para todos os estudantes.

Segundo Kátia Morosov Alonso (2002, p.1), os processos de avaliação continuada, nos auxilia a descobrir se a aprendizagem foi efetiva ou não:
Os processos de acompanhamento e avaliação são intrínsecos aos processos educacionais porque é através deles que poderemos levantar indicadores que nos venham "revelar" se a aprendizagem foi efetiva ou não. Isto implica se ter presente várias dimensões que compõem um fazer desta natureza.

4. CONCLUSÃO.
A interatividade entre os alunos e seus colegas, bem como com o professor, e, a troca de informações entre os grupos, é essencial para o processo de aprendizagem.
A busca da construção de conhecimentos por todos os envolvidos é ativa neste processo.
A presença ou a ausência de alguma informação não é um fator tão primordial no contexto da avaliação, mas, na verdade, o que importa é como o estudante se estrutura e se vale das informações para solucionar problemas complexos.
A aprendizagem e a adaptação na solução cotidiana de problemas é uma questão complexa.
As habilidades dos alunos não podem ser desenvolvidas isoladas e fora da pertinência da realidade do aluno.
A aprendizagem significativa é reflexiva, construtiva e auto-regulada; ou seja, as pessoas são construtoras de seus próprios conhecimentos.
Os processos de avaliação e construção do conhecimento educacional devem incorporar as inovações tecnológicas desenvolvidas ao longo dos tempos.
Hoje, quando se pensa em avaliação EAD, nota-se que um grande percurso ainda deve ser trilhado.
Existem a auto-avaliação e os testes adaptativos, entre outras, que podem melhorar o desempenho do aprendizado de alunos mais críticos e criativos e com mais autonomia.
É difícil saber com segurança como medir os resultados do progresso do educando, até mesmo porque o que obtemos são meras evidências de que ocorreram melhoras.
Portanto, os resultados das avaliações não são provas incontestáveis.
O uso de ferramentas como salas de chat, grupos de discussões, correio eletrônico e atividades propostas de fixação assíncronas; devem subsidiar o processo de avaliação EAD.
O objetivo da avaliação deve ser identificar os pontos fortes e fracos no aprendizado do aluno.

5. REFERÊNCIAS.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.
LAASER, Wolfram. Manual de criação e elaboração de materiais para Educação a distância. Brasília: CEAD - Universidade de Brasília, 1997.
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE SOFTWARE - LES. Projeto AulaNet - Ajudando o Professor a Fazer seu Dever de Casa. Departamento de Informática PUC-RJ. 1998. Disponível em http://aulanet.les.inf.puc-rio.br/aulanet/ (acesso em 07/02/1999)
LOYOLLA, Waldomiro P.D.C.; PRATES, Maurício. Educação a distância Mediada por Computador (EDMC) - Uma Proposta Pedagógica. Disponível em http://www.puccamp.br/~prates/edmc.html (acesso em 01/03/1999).
OLIVEIRA, D. P. T. A prática do professor em avaliação: conservadorismo ou transformação. In: Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro: v. 20 (102/103): 39-42, set./dez. 1991.
SANDHOLTZ, J. H. et ali. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
TAROUCO, Liane M. R. Comportamentalismo e o computador como máquina de ensinar. Disponível em http://penta2.ufrgs.br/edu/edu3375/e3375m.htm (acesso em 01/10/1998).
TAROUCO, Liane M. R. Ensino à Distância no WWW. Disponível em http://penta.ufrgs.br/edu/eduwww.html (acesso em 01/10/1998).
TUROFF, M. Designin a virtual classroom. In: International Conference on Computer Assisted Instruction ICCAI’95. Disponível em http://eies.njit.edu/ njIT/Department/CCCC/VC/Papers/Design.html (acesso em 15/09/1998).