FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 3, Série 26/03, 2020.
Prof. Ms. Gervasio das Neves Salvador.
Engenheiro em Eletrônica - FEI.
Mestre em Engenharia Elétrica - FEI.
Especialista em Didática e Metodologia
do Ensino Superior - UNIA.
|
Prof. Esp. Araken
Patusca Linhares.
Tecnólogo em
Processos de Produção - UNIA.
Especialista em Produção
Mecânica - UNIA.
|
RESUMO: Objetivamos
refletir sobre os processos de avaliação na modalidade de ensino Educação a
Distância, onde faremos uma relação sobre os resultados obtidos pela utilização
da avaliação continuada. Teceremos comparativos entre as diversas
possibilidades de avaliação, tanto na modalidade de ensino presencial, bem como
na a distância. Apresentamos uma breve discussão sobre a necessidade da
compreensão de como a educação utiliza-se da avaliação, dentro de distintos
enfoques. Discutiremos a necessidade dos professores tutores reverem alguns
aspectos da avaliação e da importância do feedback ao aluno sobre seu
aprendizado, durante todo o processo ensino aprendizagem, e a característica de
um bom instrumento de avaliação. A metodologia adotada no desenvolvimento desta
pesquisa foi o lógico-sistemático, com base em doutrinas e fontes secundárias.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação
EAD, Avaliação Continuada, Ensino a Distância.
ABSTRACT: We aim to reflect on the evaluation processes in the Distance Education teaching modality, where we will make a list of the results obtained by using the continuous evaluation. We will make comparisons between the different possibilities of assessment, both in the classroom mode, as well as in distance learning. We present a brief discussion on the need to understand how education uses assessment, within different approaches. We will discuss the need for teacher tutors to review some aspects of assessment and the importance of feedback to students about their learning, throughout the teaching-learning process, and the characteristic of a good assessment tool. The methodology adopted in the development of this research was the logical-systematic, based on doctrines and secondary sources.
KEYWORDS: Distance Learning Assessment, Continuous Assessment, Distance Learning.
1. INTRODUÇÃO
O surgimento da
modalidade de ensino Educação a Distância, fez com que fossem revistos os
conceitos de educação.
O uso da tecnologia
da informação proporciona uma grande possibilidade de otimizar horários, bem
como, encontrar condições mais viáveis de estudo.
Sobretudo aqueles antes
impossibilitados de se graduarem, pela dificuldade de locomoção ou falta de
tempo.
Professores e alunos podem
usufruir da educação a distância, via web ou satélite, onde a intermediação do
processo ensino aprendizagem é mais interativa, valendo-se de ferramentas
versáteis e modernas.
No entanto, existem
grandes dificuldades para avaliar o educando neste tipo de modalidade de ensino.
Uma vez que a avaliação
não pode ser parametrizada apenas através de trabalhos ou avaliações de um
único tipo.
Para avaliar no ensino
a distancia é necessária atenção ao desenvolvimento do aluno, principalmente, no
que tange o acompanhamento do aprendizado dos conteúdos.
2. POSSIBILIDADES DE
AVALIAÇÃO.
Para que se possa
entender o processo de avaliação, especificamente, na modalidade de ensino a
distância, torna-se necessário compreender como a educação utiliza instrumentos,
dentro de enfoques distintos, senão vejamos:
A. Educação
Tradicional: Verificações de curto e longo prazo, caráter
punitivo e de reforço com promoção ou retenção em função de notas.
B. Tecnicista:
Avaliação de comportamentos, que podem ser medidos e observados e em face de
objetivos pré-estabelecidos.
C. Libertadora: A
checagem direta da aprendizagem é desnecessária, a avaliação da prática
vivenciada entre educador/educando e a auto-avaliação em termos de compromisso
assumido com a prática social.
D. Progressista: A
avaliação é realizada a qualquer momento, pois sua preocupação é diagnosticar
falhas; observação do desempenho; valorização de outros instrumentos que não a
"prova".
Ao integrar educação
e tecnologias interativas, ocorreu o surgimento da Educação a Distância Mediada
por Computador - EDMC (LOYOLLA e PRATES, 1998, p.1-13).
A qual possibilita
atividades educacionais assíncronas, sem a exigência de presenças físicas e
simultâneas de professor e alunos, transformando a sala de aula em um espaço
"virtual".
Na modalidade EAD, é
um desafio desenvolver metodologias para avaliação dos alunos, pois, precisam
ser dinâmicas e interativas, mesmo embora tenha havido um avanço nesta
modalidade.
As formas de
avaliação inovadoras tem que se adaptar a este modelo e ainda hoje são quase
inexistentes.
Alguns projetos EAD
apresentam um aprendizado cooperativo, colaborativos e interativos entre grupos
de alunos e em diferentes locais.
Os processos de
avaliação deverão também contemplar este tipo de aprendizagem.
Os critérios básicos
utilizados no processo de avaliação na modalidade presencial são bastante
evidentes, tais como a reprodução do conteúdo ensinado em aula, participação,
frequência, comportamento e apresentação.
Algumas vezes,
busca-se avaliar também os critérios subjetivos (fracasso, êxito).
Na EAD, encontramos
dificuldades para avaliar através dos aspectos citados, levando-nos a crer que
a avaliação continuada passa a ocupar um papel de real importância no processo.
Dentro do campo
educacional, a avaliação assume diferentes papéis.
A classificação é
definida por Bloom e seus colaboradores, onde a avaliação pode ser formativa,
somativa e diagnóstica.
Para alguns autores, é possível elaborar provas somativas e provas
formativas utilizando o computador como instrumento na avaliação. As provas
somativas ocorrem ao final da instrução e verificam o que o aluno aprendeu,
apresentando uma pergunta após a outra. As provas formativas ocorrem durante o
processo de instrução e visam a recuperação de falhas na aprendizagem. O aluno
recebe o feedback indicando se a resposta é correta ou incorreta e são
fornecidas informações adicionais sobre o assunto abordado pela questão.
É importante referenciar as diferenças estruturais entre testes
formativos, somativos e diagnósticos. Um teste somativo, por exemplo,
freqüentemente possui mais abrangência de conteúdo que um teste formativo –
engloba, na maioria das vezes, os aspectos mais relevantes e mais gerais de
várias unidades de ensino, enquanto que este último se atém ao conteúdo de uma
unidade específica de ensino. Embora possa haver diferenças estruturais entre
os testes formativos, somativos e diagnósticos, um mesmo teste pode servir às
três funções da avaliação dependendo do uso que se pretenda fazer dos seus
resultados.
O emprego do
computador, na avaliação a distância, possibilita ao aluno um feedback imediato,
flexibilização datas de realização das avaliações.
Também permitir ao
aluno estabelecer um ritmo individual, e, em face à abordagem dos conteúdos em
módulos - com a apresentação consistente
e a portabilidade -, tudo isso passa a ser considerado como vantagens.
3. COMO AVALIAR NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
Ao avaliar, os
professores tutores precisam rever alguns aspectos da avaliação, tais como: o
uso autoritário, redimensionamento do uso, no que tange a forma quanto o
conteúdo e mudança da visão perante os resultados da avaliação.
Boa parte dos
professores tutores critica os modos de avaliação usados para checar o desempenho
e avaliar os programas.
Avaliar os resultados
significativos da aprendizagem permite um enfraquecimento do currículo, da
instrução e das decisões sobre como trabalhar.
Uma vez que enfatiza
a memorização de fatos, não permitindo muitas oportunidades para as práticas de
habilidades de ordem mais alta do pensamento.
Desta forma surgem
alguns questionamentos, senão vejamos:
• De que forma
executar a avaliação das condutas de professores e alunos e os conteúdos
propostos nas aulas na educação à distância?
• De que maneira
verificar a interação entre alunos e ambientes de EAD, para implementar as
metodologias de avaliação?
É claro que a avaliação
precisa ser continuada, realizada durante o processo de aprendizagem, que é
quando o professor observa o desenvolvimento dos conhecimentos.
No EAD, o aluno é
centro do processo de ensino aprendizagem, assim, precisamos propiciar novas
possibilidades de opção.
É necessário
disponibilizar visões alternativas do mesmo problema e, ao mesmo tempo,
materiais complementares que ajudem na formação.
O processo de
avaliação precisa ser dinâmico e continuado, auxiliando a identificação
habilidades dentro do processo de aprendizagem, objetivando um feedback.
Pensando no educando,
acreditamos que entre as características de um bom instrumento de avaliação,
precisa ser destacado:
▪ Validade:
afere generalidades apropriadas sobre as habilidades dos estudantes;
▪ Consistência:
Faz com que os professores definam claramente o que esperam da referida
avaliação;
▪ Coerência:
Os objetivos educacionais e a realidade do aluno precisam ser conectados;
▪ Abrangência:
Todas as habilidades necessárias e conhecimentos devem estar incorporados ao
conteúdo;
▪ Clareza:
Deve permitir o entendimento do que é esperado, desta forma, não o confundindo
ou induzindo-o a respostas;
▪ Equidade:
deve ser igual para todos os estudantes.
Segundo Kátia Morosov
Alonso (2002, p.1), os processos de avaliação continuada, nos auxilia a
descobrir se a aprendizagem foi efetiva ou não:
Os
processos de acompanhamento e avaliação são intrínsecos aos processos
educacionais porque é através deles que poderemos levantar indicadores que nos
venham "revelar" se a aprendizagem foi efetiva ou não. Isto implica
se ter presente várias dimensões que compõem um fazer desta natureza.
4. CONCLUSÃO.
A interatividade
entre os alunos e seus colegas, bem como com o professor, e, a troca de
informações entre os grupos, é essencial para o processo de aprendizagem.
A busca da construção
de conhecimentos por todos os envolvidos é ativa neste processo.
A presença ou a
ausência de alguma informação não é um fator tão primordial no contexto da
avaliação, mas, na verdade, o que importa é como o estudante se estrutura e se
vale das informações para solucionar problemas complexos.
A aprendizagem e a
adaptação na solução cotidiana de problemas é uma questão complexa.
As habilidades dos
alunos não podem ser desenvolvidas isoladas e fora da pertinência da realidade
do aluno.
A aprendizagem
significativa é reflexiva, construtiva e auto-regulada; ou seja, as pessoas são
construtoras de seus próprios conhecimentos.
Os processos de
avaliação e construção do conhecimento educacional devem incorporar as
inovações tecnológicas desenvolvidas ao longo dos tempos.
Hoje, quando se pensa
em avaliação EAD, nota-se que um grande percurso ainda deve ser trilhado.
Existem a
auto-avaliação e os testes adaptativos, entre outras, que podem melhorar o
desempenho do aprendizado de alunos mais críticos e criativos e com mais
autonomia.
É difícil saber com
segurança como medir os resultados do progresso do educando, até mesmo porque o
que obtemos são meras evidências de que ocorreram melhoras.
Portanto, os resultados
das avaliações não são provas incontestáveis.
O uso de ferramentas
como salas de chat, grupos de discussões, correio eletrônico e atividades propostas
de fixação assíncronas; devem subsidiar o processo de avaliação EAD.
O objetivo da
avaliação deve ser identificar os pontos fortes e fracos no aprendizado do
aluno.
5. REFERÊNCIAS.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas: Autores
Associados, 1999.
LAASER, Wolfram. Manual de criação e
elaboração de materiais para Educação a distância. Brasília: CEAD -
Universidade de Brasília, 1997.
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE SOFTWARE -
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Departamento de Informática PUC-RJ. 1998. Disponível em
http://aulanet.les.inf.puc-rio.br/aulanet/ (acesso em 07/02/1999)
LOYOLLA, Waldomiro P.D.C.; PRATES,
Maurício. Educação a distância Mediada por Computador (EDMC) - Uma Proposta
Pedagógica. Disponível em http://www.puccamp.br/~prates/edmc.html (acesso
em 01/03/1999).
OLIVEIRA, D. P. T. A prática do professor
em avaliação: conservadorismo ou transformação. In: Tecnologia Educacional.
Rio de Janeiro: v. 20 (102/103): 39-42, set./dez. 1991.
SANDHOLTZ, J. H. et ali. Ensinando
com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1997.
TAROUCO, Liane M. R. Comportamentalismo
e o computador como máquina de ensinar. Disponível em
http://penta2.ufrgs.br/edu/edu3375/e3375m.htm (acesso em 01/10/1998).
TAROUCO, Liane M. R. Ensino à
Distância no WWW. Disponível em http://penta.ufrgs.br/edu/eduwww.html (acesso
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TUROFF, M. Designin a virtual classroom.
In: International Conference on Computer Assisted Instruction ICCAI’95.
Disponível em http://eies.njit.edu/ njIT/Department/CCCC/VC/Papers/Design.html (acesso em 15/09/1998).
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