FAPEN ON-LINE. Ano 1, Volume 2, Série 07/02, 2020.
“Seres humanos não são moldados para entender a lógica, mas para entender histórias”. (Roger C. Schank, especialista e cientista cognitivo)
Sabe-se que contar histórias
é a mais antiga das artes e uma experiência de interação, pois as histórias
despertam a imaginação, o interesse e geram expectativas.
Uma obra interessante para
nos fazer entender a estrutura das histórias contadas (storytelling) chama-se
‘’O Herói de Mil Faces’’, de Joseph Campbell. Já ouviram falar?
Vale a pena
ler, pois se trata de um estudo que aponta um padrão estrutural em todo mito ou
lenda da cultura humana. Campbell discute a questão:
“De que maneira histórias influenciam determinados comportamentos?”
Contar histórias é uma das
maneiras mais eficazes de passar uma informação e quando uma história é narrada
com autenticidade, a mensagem é decodificada de maneira inspiradora, pois, ao
compartilhar histórias de sucesso, o interlocutor sente-se motivado.
Storytelling é, portanto,
uma técnica que garante o envolvimento do receptor. É a narrativa de um fato
que tem como personagem principal um produto, uma marca ou uma situação
vivenciada dentro de departamentos das empresas.
Em relação ao mundo corporativo,
o grande desafio das empresas - para persuadir seus colaboradores e fortalecer o
seu envolvimento com a organização - é saber fazer uso da storytelling.
Apesar de uma técnica um
tanto nova na área empresarial, tem se mostrado uma ferramenta de comunicação e
gestão de pessoas muito eficaz para a cultura organizacional.
Por
exemplo, a jornada percorrida por um executivo pode ser comparada a de um herói
de contos de fadas.
Ao enfrentar obstáculos, ele consegue subir degrau por
degrau da escada corporativa e atingir o topo, o que revela um excelente
desfecho.
Estudos comprovam que nosso
cérebro é estimulado a replicar gatilhos emocionais, por isso ao ouvir
histórias autênticas e verdadeiras somos persuadidos e levados a girar a chave
da resistência.
Por isso, contar histórias
como ferramenta de comunicação e gestão de pessoas pode transformar ou modelar
a cultura organizacional, já que uma história narrada de forma simples, objetiva
e em sintonia com seus colaboradores, pode – com certeza - inspirá-los e
engajá-los, atingindo seus objetivos e, como consequência, obter maiores
resultados em seus negócios.
Por isso, em vez de reuniões
com informações passadas de maneira fria e enfadonha, adotar a técnica de
‘storytelling’ é uma excelente saída. E, é claro, preparar-se para aplicá-la.
Como?
1. Conscientizar
os gestores do significado e do poder transformador da arte de contar
histórias;
2. Capacitar
os gestores para praticá-las como habilidade de comunicação e liderança;
3. Aplicar
estrategicamente a ferramenta nas funções organizacionais;
4. Criar
uma plataforma para captação de boas histórias dentro dos departamentos;
5. Garantir a recompensa aos líderes pela sua
efetiva aplicação. Verifique quais são os objetivos a serem
atingidos.
Para
efetivamente narrar uma história ocorrida num departamento é preciso seguir
algumas dicas:
2. Para 'sequestrar' o ouvinte, comece pelo
final e, em seguida, faça um flashback, ou seja, retorne ao início e narre na sequência até atingir o
clímax (ponto mais importante).
3. Escolha um evento o qual seja importante para
que os ouvintes queiram se envolver na trama.
4. Não se esqueça de criar momentos de tensão e
conflitos, tornando a vida do protagonista difícil até encontrar saídas.
5. Surpreenda com um desfecho motivador e,
principalmente, engajador.
Como uma ferramenta
estratégica a história narrada e o significado dos valores compartilhados
possibilitam a geração de identificação e confiança, importantes para a adesão
do colaborador.
REFERÊNCIA.
SIMON, H. Comportamento
administrativo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1970.
THOMPSON, J. Dinâmica
Organizacional. São Paulo: MacGraw Hill do Brasil, 1976.
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