segunda-feira, 17 de maio de 2021

A sistematização (emprego) do verbo no presente do modo indicativo nas Línguas Alemã e Portuguesa/Brasileira.

 FAPEN ON-LINE. Ano 2, Volume 5, Série 17/05, 2021.


Prof. Esp. Vanclei Alves Nascimento.

Professor de Linguagens no Colégio Pentágono.
Professor de Língua Inglesa e Alemã para exames de proficiência.

Graduado em Letras pela Faculdade Senador Fláquer.
Pós-Graduado em Docência pela Faculdade Anchieta.


Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar, por meio de uma visão semiótica, a sistematização do presente do modo indicativo nas línguas Portuguesa - Brasileira e Alemã. Primeiramente, procurei refletir acerca dos conceitos de aspectualização e temporalização do presente do modo indicativo. Num segundo momento, detive-me na análise de orações e trechos de textos com a utilização deste tempo verbal em ambas as línguas.

Palavras-chave: presente do indicativo, modo, tempo.

 

ABSTRACT: This article is aimed at analyzing, through a semiotic view and perspective, the systematization of the simple present tense in both Portuguese-Brazilian and German languages, a contrastive study of both languages. Firstly, I bring reflections on the concepts of aspectualization and tenses of the simple present tense in both languages. Secondly, I focused on the analysis of sentences and excerpts from texts which use this verb tense in both languages.

KEYWORDS: simple present tense - verbal mode - tenses.

 


1. INTRODUÇÃO.

O tempo é uma categoria da linguagem, pois é intrínseco da narração, mas cada língua manifesta-o diferentemente” (FIORIN, 2005, p. 142).

Neste sentido, para analisar o tempo gramatical e seu aspecto em uma língua, podemos dizer que, existem diversas formas, que linguistas divergem quanto ao tipo de dados que consideram relevantes mediante a opção que fazem.

Como objeto de estudo deste artigo, concentrei-me no tempo verbal presente do modo indicativo, por considerá-lo importante no discurso dos falantes que verbalizam e descrevem suas ações cotidianas.

Existe o mesmo número de formas para descrever fatos habituais tanto no Alemão quanto no Português, entretanto, distinguem-se quanto à morfologia, à semântica e à pragmática.

Em relação às questões morfológicas do presente do modo indicativo, a Língua Portuguesa apresenta nas gramáticas uma descrição como sintética (eu trabalho) e analítica (eu estou trabalhando – tenho trabalhado), o que difere em Alemão, que apresenta uma forma sintética (ich arbeite) e formas perifrásticas de gerúndio (ich bin am / beim Arbeiten - ich arbeite gerade - ich bin (gerade) dabei zu arbeiten), que desenvolvem o processo da ação no momento da fala, neste caso de ações cotidianas.

Quanto ao aspecto verbal, ou seja, a maneira pela qual a ação se desenvolve, fica evidente que em ambas as línguas, as características morfológicas são marcadas diferentemente.

O modo verbal, basicamente, assinala a posição do falante com respeito à relação entre a ação verbal e seu agente ou fim (BECHARA, 2009, p. 213), i.e., o que o falante realmente pensa dessa relação e de fato exprime em relação ao que pensa.

O aspecto verbal, segundo Jakobson “assinala a ação levada até o fim, isto é, como conclusa (perfeita) ou inconclusa (imperfeita)” (Apud BECHARA, 2009, p. 213).

Em outras palavras, o aspecto relaciona-se com o desenvolvimento da ação, o acontecimento, que pode se caracterizar por uma ação que dura ou é pontual.

A aspectualização de duração e pontualidade também são expressas pelos tempos verbais e podem significar (in)conclusibilidade do processo verbal.

Nesta análise, pretendo investigar a sistematização do presente do modo indicativo entre as Línguas Alemãs e Portuguesa - Brasileira, não só desvelando semelhanças, como também destacando diferenças, o que acreditei ser apropriado.

Primeiramente, apresentarei uma análise contrastiva do presente do modo indicado em ambas às línguas, por considerá-la adequada a este propósito.

Num segundo momento, proponho uma análise reflexiva sob a distinção entre a temporalização e a aspectualização deste tempo verbal nas duas línguas.

A proposta deste estudo é apresentar, sob um prisma semiótico, uma análise das ocorrências dessa forma verbal na sequência do texto, por meio de suas funções básicas, bem como sua importância na estruturação do discurso.

Como corpus, utilizarei orações como também trechos de textos retirados de revistas e livros didáticos para o ensino de Língua Portuguesa para brasileiros e de Língua Alemã como língua estrangeira.

Por isso, apresento a análise dessas orações e trechos para exemplificar as ocorrências do mesmo tempo verbal em ambas as línguas.

Desta forma, tomarei a temporalização e a aspectualização como mecanismos discursivos para a realização desta pesquisa. Além disso, tentarei responder para que sirvam e como funcionam tais mecanismos.

 

2. ANÁLISE CONTRASTIVA DA SISTEMATIZAÇÃO DO PRESENTE DO INDICATIVO NAS LÍNGUAS ALEMÃ E PORTUGUESA-BRASILEIRA, DE ACORDO COM SUAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS, SEMÂNTICAS E PRAGMÁTICAS.

A apresentação morfológica e semântica baseia-se na descrição das formas de acordo com as gramáticas: Moderna Gramática da Língua Portuguesa, Evanildo Bechara, 2009 (para a Língua Portuguesa), Gramática Alemã, Herbert Andreas Welker, 1992 e Die groβe Grammatik Deutsch Pons, 2009. (para a Língua Alemã).

Quanto à apresentação semântica da sistematização do presente do modo indicativo, apoio-me à teoria de Fiorin, que organiza os tempos verbais em termos do sistema operacional como tempos enunciativos e enuncivos.

O aspecto morfológico da formação do presente do indicativo em ambas as línguas é, originalmente, flexional, como em latim, por meio das chamadas formas flexionadas, que tomam diferentes pessoas gramaticais nos diversos tempos, modos e vozes.

Em relação à estrutura aparece basicamente da mesma forma em português, em “orações independentes e nas dependentes que encerram um fato real ou tido como tal” (BECHARA, 2009, p.275).

A forma alemã para representar o presente do modo indicativo utiliza o Präsens como forma sintética, o que estruturalmente não fica distante do Português.

No entanto, em português, há as formas perifrásticas de gerúndio, conhecidas como locuções verbais (estou fazendo – está lendo), que designam ações em desenvolvimento no modo presente.

Neste caso, fica evidente que em ambas as línguas há diferenças morfológicas e semânticas, pois são marcadas pelo uso de expressões fixas, com utilização de preposições e/ou advérbios.

 

3. AS DECLARAÇÕES E O EMPREGO DO PRESENTE DO MODO INDICATIVO EM AMBAS AS LÍNGUAS.

Para entender os diversos empregos deste tempo verbal, recorro à estrutura didática da gramática de Bechara (2009), por tornar-se relevante a este propósito.

Assim, apresentarei, por meio de uma análise comparativa, as declarações que este tempo denota e os casos de emprego.

Em seguida, proponho uma análise sistematizada do uso deste tempo verbal em termos de sistema temporal apoiada aos conceitos de Fiorin.

 

3.1. Das declarações que denotam o presente do modo indicativo.

Tempos e modos verbais são categorias gramaticais que todas as línguas possuem para expressar fundamentalmente a noção de tempo.

O modo verbal caracteriza-se pelas variadas maneiras que podemos utilizar o verbo “conforme a posição do falte em face da relação entre a ação verbal e seu agente” (BECHARA, 2009, p.221), ou seja, a significação que podemos dar a ele a partir de um recorte que o enunciador expressa sobre o fato.

O tempo verbal referência os fatos a partir do momento em que se fala, informando o momento que algo acontece, aconteceu ou que ainda irá acontecer.

 

São estes os tempos verbais:

Tempos Passados – aplicam-se a fatos anteriores ao momento da fala;

Tempos Presentes – aplicam-se a fatos ao momento da fala;

Tempos Futuros – aplicam-se a fatos posteriores ao momento da fala.

 

No entanto, os verbos podem ser empregados em determinados tempos cujos significados nem sempre correspondem aos indicados pela nomenclatura oficial.

 

É o caso do presente do modo indicativo que:

se caracteriza pelo traço “negativo” ou “neutral” em relação ao pretérito (passado) e ao futuro, que são termos (positivos), isto é, aplicados ao ocorrido, o que lhe permite, ao presente, empregar-se, em determinados contextos, “em lugar” do passado e do futuro [ECs.1,234]. Não ocorrendo a neutralização, tais substituições ficam impedidas: e, agora estarei muito cansado, se entendermos “agora mesmo”, e não “em seguida”, depois do momento em que falo (quando a construção será perfeitamente possível), não se empregará o futuro pelo presente (BECHARA, 2009, p. 276).

 

Nesse sentido, pode-se dizer que o presente do modo indicativo apresenta três variadas declarações, em ambas as línguas.

A primeira declaração é a de que se verifica ou de que se prolonga até o momento em que se fala, ou seja, um presente momentâneo.



A segunda declaração é a de que acontece habitualmente ou repetitivamente, um presente habitual ou até frequentativo.

A terceira declaração representa uma verdade universal, verdades científicas, que são constatadas a respeito de algo ou alguém, um presente durativo.



3.2. Do emprego do presente do modo indicativo.

O emprego deste tempo verbal pode ocorrer em quatro diferentes casos.

 

1° CASO: para expressar acontecimentos históricos como uma novidade atual:

É importante observar que neste primeiro caso, o uso é muito comum em narração, informações ou descrições em ambas as línguas, pois transmite vivacidade dos fatos, como também uma ideia de novidade das coisas atuais.

 

2° CASO: para declarar fatos futuros, possivelmente como ênfase de uma decisão:

O segundo caso, basicamente, apresenta o uso do presente do modo indicativo pelo futuro do indicativo, expressando um futuro próximo ou indeterminado.


3° CASO: para declarar fatos possíveis ou previstos, inclusive nas orações condicionais.

No terceiro caso, o presente é empregado pelo futuro do subjuntivo.

Em orações independentes optativas e subordinativas com o uso de advérbios dubitativos resignificando a ideia de fatos incertos, hipotéticos, duvidosos e até mesmo impossíveis de se realizar.

Quanto ao uso pragmático do presente do modo indicativo, pode ocorrer, em ambas as línguas, em dois diferentes casos. Um para indicar fatos futuros, em orações condicionais (caso muito mais raro em português do que em Alemão).

Outro com valor imperativo, ou seja, constituído da expressão de um desejo ou de uma ordem delicada e familiar (linguagem informal em ambas as línguas).


3.3. Das formas perifrásticas no presente do modo indicativo.

É consensual entre diversos estudos que na modalidade da língua falada, as construções perifrásticas verbais desvelam um processo de formação, inovação e renovação constantes em uma língua, pois evidenciam “a dinamicidade desse processo, que tem sido considerado, muitas vezes, um padrão cíclico de formas sintéticas e analíticas que se intercalam” (FLEISCHMAN, 1982, p.134).

Na Língua Portuguesa, especificamente, a construção perifrástica formada pelo verbo estar (no presente do indicativo) mais um verbo no gerúndio, emprega-se a um fato em desenvolvimento ou declara ênfase de um fato que se realiza no momento da fala.

Tal forma também conhecida como gerundismo, desaconselhada pela norma-padrão, tem causado muitas controvérsias em variados estudos que a consideram como anglicismo ou um vício de linguagem.

No presente artigo, meu interesse se centra, contudo, numa análise comparativa do uso desta forma verbal que está intimamente ligada ao presente do modo indicativo num processo de recorrência, especialmente, da língua falada que a utiliza para tratar de assuntos cotidianos.

Embora uma discussão sobre as questões do bom ou mal recomendado desta construção merece, a meu ver, ser objeto de estudo de um futuro artigo.

Ao estudar a construção perifrástica de gerúndio da Língua Portuguesa e encontrar a similaridade na Língua Alemã, nota-se uma clara diferença morfológica, semântica e pragmática entre ambas as línguas.

A correspondência desta forma em alemão é representada pela Verlaufsform, que é formada pelo uso do verbo sein (ser/estar) mais a utilização das preposições beim ou am e também o infinitivo do verbo principal na sua forma substantivada (nominalisierter Infinitiv).

Esta construção denota um efeito de progressividade gramatical, assim cumprindo o mesmo papel da forma “estar+gerúndio” na Língua Portuguesa.

 

A Verlaufsform  apresenta-se em três diferentes formas fazendo referência a uma ação acontece concomitante no momento em que fala.

a) por meio da utilização do verbo sein (estar) com o uso de uma das preposições am ou beim mais um verbo substantivado.


b) Com utilização do advérbio gerade assim como advérbios sinônimos: im Augenblick e  im Moment.



c)  por meia da estrutura da expressão (gerade) dabei sein, etwas zu tun.


É interessante observar que a estrutura sein + am/beim + nominalisierter Infinitiv aparece predominantemente na modalidade da língua falada, enquanto as outras duas formas aparecem não só na modalidade da língua falada, como também na língua escrita.

 

4. A  SISTEMATIZAÇÃO DO PRESENTE DO MODO INDICATIVO.

“Os tempos verbais organizam-se em termos do sistema temporal” (FIORIN, 2005, p.148).

Desta forma, podem ordenar-se em tempos enunciativos e enuncivos, que marcam “uma coincidência entre o momento do acontecimento e o momento de referência” (FIORIN, 2005, p.149).

Nesse sentido, o presente é um tempo enunciativo, pois marca uma concomitância com o próprio presente e uma não-concomitância com a anterioridade (pretérito perfeito) e com a posterioridade (futuro do presente).

Assim, infere-se este tempo verbal é utilizado para tratar de uma enunciação fundamentalmente relacionado ao tempo presente.

Contudo, deve-se compreender alguns fatores do uso desse tempo em consonância com alguns pressupostos enunciativos predefinidos.

 

São três os casos que se relacionam com o momento da enunciação:

1°) O presente pontual, quando há uma coincidência entre o momento de referência e o momento de enunciação. Também faz parte do discurso de elaboração da ciência.

Neste caso, os verbos grifados no presente do indicativo indicam estados ou transformações, que têm como ponto de referência o momento da enunciação, um presente marcado pelo agora, que passa no momento em que ele diz “eu decido tomar uma xícara de leite”, um momento de referência preciso para o desenrolar das outras transformações.

 

2°) O presente durativo surge por meio do momento de referência uma duração variável, geralmente mais longa, do que o momento de enunciação. E pode ser contínua (presente de continuidade) ou descontínua (presente iterativo).

Neste exemplo, o momento de referência é o tempo após poucas semanas, que é mais longo do que o momento preciso da enunciação, e também é simultâneo ao momento de enunciação.

Pois a marca do tempo recapitula ou coincide com o momento de referência. Há aqui um presente de continuidade, que se prolonga até o momento da enunciação.

 

Veja outros exemplos:

O momento de referência é este ano, que é marcado pelo tempo de transformação aprendo.

O momento de referência é aos sábados e sextas-feiras, que se organiza coincidentemente como o momento da enunciação, marcado pela evidência de um determinado ponto do momento de referência, reiterando a ação ocorrida no momento da enunciação. Há aqui um presente iterativo.


3°) O presente omnitemporal ou gnômico e aparece quando o momento de referência e acontecimento são concomitantes enunciando “verdades eternas ou que se pretendem como tais" (FIORIN, 1996, p.151). Tempo verbal muito frequente nas ciências, religião e em sabedoria popular como dizeres e provérbios.


Nesses exemplos, o momento de referência é um implícito marcado pelos estados “fica” e “evapora” indicando uma verdade científica, comprovada e real.

Este tipo de presente fica evidente também nos seguintes casos.

A aspectualização é uma categoria morfossintática verbal que é linguisticamente representada pelo enunciado, a partir de um ponto de referência, expressando o início, o desenrolar e o fim de uma ação.

Tem como essência uma situação interna dentro do enunciado, que pode estar em curso (desenvolvimento) como também em um todo completo marcado pelo valor temporal.

Quanto à pragmática, as diferenças aspectuais do presente do indicativo entre a forma do presente progressivo, é marcada pelo valor e emprego no momento da enunciação entre os dois tempos, pois o aspecto está ligado à duração do processo verbal.

“Temos, nesses casos, a oposição entre um presente omnitemporal e um presente durativo” (FIORIN, 2009, p. 151).

É evidente que tais aspectos permitem até criar oposições entre ambos os tempos.

As frases abaixo são exemplos que expressam uma situação que ocorre no momento da enunciação.


Temos, nesses casos, a oposição entre um presente omnitemporal e um presente durativo. Aliás, no caso de estados, a oposição ser/estar manisfesta, segundo Mira Mateus e outros (1983, p. 136-42), uma dicotomia entre predicadores individuais e predicadores de manifestações temporalmente limitadas de individuais. (FIORIN, 2009, p. 152)

 

Não só a Língua Portuguesa, como também a Língua Alemã utiliza, na forma semântica e pragmática, o presente atual e o presente progressivo, seja durativo, seja omnitemporal, para fazer contraste entre as formas do presente simples e do presente progressivo.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Nesse presente estudo, concentrei-me no uso dos verbos no presente do modo indicativo na Língua Alemã e no Português-Brasileiro.

Mais especificamente, no estudo das questões semânticas e pragmáticas deste tempo verbal.

Em relação à análise gramatical dos verbos no presente do modo indicativo do Alemão e do Português-Brasileiro, percebi os tempos verbais são a alteração do tempo a que se refere um verbo conforme sua conjugação, isto é, passado (pretérito), futuro, uma ordem sendo dada (imperativo) ou uma possibilidade (subjuntivo).

No entanto, podem ser empregados em determinados tempos cujos significados nem sempre correspondem aos indicados pela nomenclatura oficial.

O modo indicativo, por exemplo, em diferentes línguas, tem a função de revelar a atitude objetiva do falante ao conteúdo daquilo que se fala ou escreve, assim apresentando um fato expresso pelo verbo como certo, de fato, preciso ou verdadeiro, seja no presente, no passado ou até mesmo no futuro.

Entretanto, também pode apresentar fatos presentes associados à anterioridade, à posterioridade e à concomitância no momento da enunciação.

Com base nos estudos, considerei importante para esta análise uma compreensão da gramática (descrição), a semântica (descrição das categorias do tempo, aspecto e modo) e a pragmática (o uso) para desvelar tais diferenças e semelhanças.

Por meio da descrição gramatical e uma análise contrastiva, constatei que é possível aprender o significado e o melhor emprego deste tempo verbal.

Quanto à pragmática, percebi que nem sempre as distinções se assemelham em ambas as línguas, pois há diferenças em relação à temporalidade na enunciação.

 

6. REFERÊNCIAS.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética (A Teoria do Romance). Trad. Aurora  Fornoni Bernadini et alii. São Paulo: Editora UNESP, 1998.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: 2009.

COSTA, Sônia Bastos Borba. O Aspecto em português. São Paulo: Editora Contexto, 1990.

DUDEN. Grammatik der deutschen Gegenwartssprache. (org. GREBE et al. 3. Aufl. Mannheim: Bilbiographisches Institut, 1973.

FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação. São Paulo: Ática, 1997.

FLEISCHMAN, S. The Future in Thought and Language: Diachronic Evidence From Romance. Cambridge: University Press, 1982.

MENDES, R. B. Ter + particípio e estar + gerúndio: aspecto e variação no português. (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos de Linguagem (IEL). Campinas, SP: 2005.

NOMURA, Masa (orgs.) e Maria Helena Voorsluys Battaglia. Estudos linguísticos contrastivos em alemão e português. Ed. Fapesp, SÃO PAULO: 2008.

POSSENTI, S. Defendendo o gerúndio. In: Discutindo a língua portuguesa (revista). Ano 1, n°1. São Paulo: Escola Educacional: 2005. p.08-11.

SALES CORÔA, Maria Luiza M. O tempo nos verbos do português: uma introdução à sua interpretação semântica. Brasília: Thesaurus, 1985.

WELKER, Andreas Herbert. Gramática Alemã. Brasília: Universidade Federal de Brasília, 1992.




segunda-feira, 19 de abril de 2021

Protótipo de Mini Router CNC para usinagem de peças de pequeno porte e serviços artesanais.

FAPEN ON-LINE. Ano 2, Volume 4, Série 19/04, 2021.


Professores da FAPEN do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial.

Orientadores do Projeto.

Marcos Fernandes de Souza, Solange Damaceno, Thiago Abraao dos Anjos da Silva, Vlamir Belfante.


Alunos da FAPEN do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial.

Autores do Projeto.

Iego Rampazzo de Mello, José Roberto Batista Junior, Marcos Garcia O. Júnior,
Vitor Salazar, Wagner Rodrigues de Oliveira.


RESUMO: O objetivo deste trabalho é desenvolver o protótipo de um Router CNC (Comando Numérico Computadorizado), o qual trata-se de uma máquina com eixos controlados por um computador, tendo como principais aplicações: trabalhos com madeira, plásticos, borrachas, metais não ferrosos, espumas, entre outros. No protótipo proposto, há 3 eixos, X, Y e Z, com movimentos controlados por motores de passo, os eixos X e Y, respectivamente, movimentam-se na horizontal e na vertical, em um plano cartesiano, o eixo Z, executa movimentos perpendiculares ao plano. Para rotação da ferramenta, utiliza-se um motor para a rotação da ferramenta. Os componentes utilizados na parte mecânica foram feitos com materiais reutilizados, além disso, foi construída uma bancada de apoio à máquina com a altura de 1m (um metro), nesta bancada foram fixadas a proteção de acrílico e, na parte frontal, uma porta para manutenções. Durante o desenvolvimento do protótipo Router CNC, foi realizada de forma sistemática, a automação do protótipo, tendo como principais componentes, o Arduino Uno R3, CNC Shield V3 e um total de quatro Drivers A4988. As programações e alterações estruturais foram feitas em etapas, conforme as necessidades e objetivos estabelecidos para o projeto. A programação da plataforma Arduino, foi realizada em linguagem C, que, estando estabelecida, se mostrou responsiva e eficaz. Foi feito um sistema supervisório para monitoração do funcionamento da máquina, com o uso do software Elipse SCADA, que possibilitou visualizar os processos, fazer programação e limitar níveis de acesso para usuários. Posteriormente, dispositivos de segurança foram agregados ao protótipo, levando em conta a norma regulamentadora NR-12.

PALAVRAS-CHAVE: Router CNC, Usinagem de Peças, Supervisório, Arduino.

 

ABSTRACT: The objective of the work is to develop the prototype of this CNC router (Computer Numerical Control), which is a machine with axes controlled by a computer, having as main applications: works with wood, plastics, rubbers, non-ferrous metals, foams, between others. No prototype proposed, there are 3 movement axes, X, Y and Z being controlled by stepper motors, the X and Y axes, respectively, move horizontally and vertically in a Cartesian plane, the Z axis performs movements perpendicular to the plane. For tool rotation, a motor is used to rotate the tool. The components used in the mechanical part were made with reused materials, in addition, a machine support bench was built with a height of 1m (one meter), on this bench the acrylic protection was fixed and, on the front, a door for maintenance. During the development of the CNC Router prototype, a systematic automation of the prototype was carried out, having as its main components, the Arduino Uno R3, CNC Shield V3 and a total of four A4988 Drivers. The schedules and changes were made in stages, according to the needs and objectives selected for the project. The Arduino platform programming was carried out in C language, which, it emerged, proved to be responsive and effective. A supervisory system was built to monitor the machine's operation, using the Elipse SCADA software, which made it possible to visualize the processes, make the programming and limit access for users. Later, the safety devices were added to the prototype, considering a regulatory standard NR-12.

KEYWORDS: CNC Router, Parts Machining, Supervisory, Arduino.

 

 

1. INTRODUÇÃO.

A usinagem consiste na remoção do sobremetal da peça por meio de corte, tanto pela utilização de máquinas como por ferramentas manuais.

As máquinas utilizadas no processo devem estar equipadas com ferramentas de corte, que possuem ângulos específicos, possibilitando sua penetração controlada no material e retirando quantidades proporcionais de resíduos de acordo com suas características construtivas (SAMUEL P. ALMEIDA, 2015, p.15).

Os resíduos da usinagem são conhecidos como cavacos.

Definimos cavaco, a porção de material da peça, retirada pela ferramenta, caracterizando-se por apresentar forma geométrica irregular. Além desta característica, estão envolvidos no mecanismo da formação do cavaco alguns fenómenos particulares, tais como o recalque, a aresta postiça de corte, a caracterização na superfície de saída da ferramenta e a formação periódica do cavaco (dentro de determinado campo de variação da velocidade de corte), (DINO FERRARESI, 2018, p.25).

A usinagem por comando CNC, é um sistema em que um microcomputador é utilizado para controlar a máquina, este microcomputador é parte integrante do equipamento.

O programa pode ser preparado remotamente em sistema integrados de projeto (CAD-D) e fabricação (CAM, CAPP), em sistemas deste tipo, o operador pode simular o programa CNC para verificar eventuais problemas que poderiam ocorrer durante o processo real de usinagem.

Também é possível preparar o programa na própria máquina que normalmente dispõe de teclado e tela.

 

A usinagem em máquinas CNC comparada a convencional apresentam as seguintes vantagens:

          Flexibilidade de operação, pode-se produzir formas complexas com boa precisão dimensional, boa repetibilidade com alta produtividade.

          Em alguns casos o custo de ferramentas é diminuído, por exemplo no caso de perfis complexos, não há necessidade de modelo (gabaritos ou “chapelona”).

          Calibração da máquina é facilitada pelos dispositivos eletrônicos.

          Pode-se executar um número maior de operações a cada preparação da máquina (“setup”) e, o tempo de “setup” e usinagem é menor.

          Os programas podem ser preparados rapidamente, podem ser armazenados eletronicamente e recuperados rapidamente, não há necessidade de “papelada”.

          Podem ser utilizados para prototipagem rápida.

          Não depende de habilidade do operador.

 

As desvantagens comparativas do CNC são: maior custo inicial, custo e tempo de programação, maior custo de manutenção.

De um modo geral, a utilização de máquinas CNC apresenta um retorno financeiro maior, (GILMAR FERREIRA BATALHA, 2001, p.19).

Para usinar, o protótipo Router CNC faz uso de um processo chamado fresamento.

O fresamento é a operação de usinagem com formação de cavaco que se caracteriza por: a ferramenta multicortante, dita fresa, é provida de arestas cortantes dispostas simetricamente ao redor de um eixo; a ferramenta é provida de um movimento de rotação ao redor de seu eixo, permitindo assim que cada uma das arestas cortantes (ditos dentes da fresa) retire a parte de material que lhe compete; o movimento de avanço, que permite o prosseguimento da operação, é geralmente feito pela própria peça em usinagem, que está fixada na mesa da máquina, (raramente o movimento de avanço é feito pela própria ferramenta); o movimento de avanço obriga a peça a passar sob a ferramenta que lhe dá a forma e dimensão desejadas (FERRARESI RUFFINO e PALLEROSI, 1974).

Dentro dessa breve introdução conceitual do que se trata o tema do nosso projeto, se pode traçar os principais direcionamentos desse trabalho, que tem como objetivo fornecer as informações necessárias para o entendimento do projeto, ainda como protótipo, de uma Router CNC, cujo foco é a automação do maquinário, de modo que, com a programação feita na placa do Arduíno com uma lógica que propicie a comunicação com a CNC Shield V3, proporcionando o movimento dos eixos, através da alimentação das bobinas do motor de passo.

Neste artigo conterá explicativa dos processos mecânicos para montagem da máquina, funcionamento, fotos dos processos de montagem e medidas pontuais.

Para o processo de automação contemplará explicação breve de cada componente eletrônico utilizado, detalhamento da programação e ligações de campo no hardware, lista de materiais e explicativa dos processos.

Explicativo sobre o sistema supervisório implementado no projeto, software Elipse SCADA, sua função e detalhamento de todas as telas de operação da Router CNC.

 

2. DESCRIÇÃO DA ROUTER CNC.

A ROUTER CNC é uma máquina automática com pórtico móvel, capaz de trabalhar com pequenas áreas, e os materiais mais utilizados na indústria, como plásticos, madeiras e chapas finas.

Primeiramente foi feito uma mesa de 650 milímetros de largura, por 550 milímetros de comprimento, com altura de 1 metro, de acordo com o SI para que fosse usada como uma bancada de trabalho.

Após isso foi cortado um material que mantivesse a máquina CNC Figura 1(a), apoiada na mesa.

Foram feitos quatro furos na madeira, para manter a fixação da máquina, essa fixação foi feita através de parafusos e arruelas.

Essa máquina tem três tipos de movimento, sendo esses, de grande força potencial que porventura pode causar algum dano físico para o operador, sendo assim, ao seu redor foi instalada uma proteção para quem for manuseá-la e para quem estiver no entorno.

A proteção contrachoque mecânicos e contra cavacos foi feita de acrílico e fixada nas laterais da mesa como pode ser visto na Figura 1(b).

Foi feita também uma porta na parte frontal da máquina, com movimentação, para que o operador possa movê-la para ter acesso a parte interior e fazer alguma manutenção ou troca de ferramentas como mostrado na Figura 1(c).

O motor que foi utilizado é o de passo, da POWERMAX II, modelo P22NRXE-LNN-NS-00.

Ele é o responsável pela movimentação de todos os eixos, movimentos horizontais e verticais, ( X, Y e Z), foram utilizados três deles na Router CNC.

A princípio o movimento do Ruter teve que ser manual, por problemas com um dos motores, por isso, uma peça que encaixe no fuso do movimento teve que ser construída, e com uma manivela o movimento do eixo (Z) pode ser manipulado, como pode ser visto na sequência da Figura 3.


A Router possui um conjunto de operação que consiste dá fresa que realiza a usinagem e morsa que prende a peça para ser usinada com auxílio de um mandril para fixação.

A automação do protótipo de mine Router CNC, foi dada através de um Kit CNC, que conta com o Shield V3, Arduíno Uno R3 e 4 Drivers A4988.

De acordo com as necessidades de movimentação ordenada dos motores de passo, foi decidido o uso dos componentes aqui pontuados, pois, se tratam de um conjunto de hardwares de grande compatibilidade entre si, sendo um investimento mais seguro para se alcançar os objetivos do projeto.

As principais características dos componentes de automação principais do protótipo, podem ser vistas logo em seguida:

 

O CNC Shield V3 foi desenvolvido especialmente para utilização junto à Impressoras 3D e Máquinas de Gravação.

Ele possui 4 slots, para conexão de até 4 Drivers A4988, utilizando duas portas I/O para cada motor, o que significa dizer que para controle de 4 motores serão necessárias 8 portas digitais.

Estão também incorporados ao shield bornes para alimentação externa dos motores, podendo receber tensões entre 12V a 36VDC, e um botão reset. (BAÚ DA ELETRÔNICA, 2015)

Em termos práticos, um Arduino é um pequeno computador que você pode programar para processar entradas e saídas entre o dispositivo e os componentes externos conectados a ele.

O Arduino é o que chamamos de plataforma de computação física ou embarcada, ou seja, um sistema que pode interagir com seu ambiente por meio de hardware e software, (MICHAEL MCROBERTS, 2011).

O Arduino Uno R3, Figura: 6 é uma placa baseada no microcontrolador Tmega328. Ele tem 14 pinos de entrada/saída digital (dos quais 6 podem ser usados como saídas PWM), 6 entradas analógicas, um cristal oscilador de 16MHz, uma conexão USB, uma entrada de alimentação uma conexão ICSP e um botão de reset.

Ele contém todos os componentes necessários para suportar o microcontrolador, basta conectar a um computador pela porta USB ou alimentá-lo com uma fonte ou com uma bateria está tudo pronto, (BAÚ DA ELETRÔNICA, 2015).

O driver motor de passo A4988 Figura: 7, foi especialmente desenvolvido para controle de pequenos passos (microstepping) para motores de passo bipolares.

A tensão de operação lógica do driver é de 3-5,5V a serem conectados nos pinos VDD e GND, sendo que pode controlar motores de até 8-35V e 2A por bobina (picos de 4A) Além disso é possível controlar o motor com até 1/16 passos.

Controle ajustável de corrente, permitindo setar a corrente máxima de saída usando um potenciômetro, ou seja, utilizar tensões acima de tensão nominal do seu motor de passo para alcançar taxas maiores de passo, (BAÚ DA ELETRÕNICA, 2015).

Para a comunicação do Arduino com o software Elipse E3 ou Elipse SCADA, é necessário que o hardware tenha características de um PLC ou RTU, ou seja, ele precisa ter um protocolo de comunicação programado a fim de transmitir as informações adquiridas pelos dispositivos de campo (sensores, relés, etc.) ao sistema supervisório.

Foi feita toda a ligação externa de hardware entre os componentes e os motores, após isso iniciou-se o processo de programação por software, foram utilizados o Arduíno ID e Grbl, próprios das centrais de comandos que vamos utilizar.

 

3. METODOLOGIA DE PESQUISA.

Certos do tipo de projeto a ser feito, elaboramos um cronograma, e foi dado início a parte de pesquisa, baseada principalmente em artigos de internet, livros, consulta com especialistas professores e técnicos.

O diagrama do circuito do ROUTER foi montado.

Foi feito testes elétricos com softwares de simulação elétrica como o CLIC02, e assim ficou estabelecido que o projeto era funcional e viável economicamente para a capacidade financeira do grupo no momento.

Após a fase de aquisição das peças principais para o projeto, foi dado início a fabricação da parte de suporte, que se trata da mesa de fixação do maquinário.

Foram feitas as ligações de motores e placas de circuito com auxílio de datasheet dos mesmos, achados na internet.

Com auxílio dos professores da FAPEN e muitas pesquisas bibliográficas, foi possível pôr em prática o conhecimento adquirido em programação, através da linguagem C++ do Arduino, e o manuseio de interface gráfica do Elipse ESCADA.

 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.

A principal meta para o projeto era a usinagem de peças de pequeno porte, para trabalhos em acrílico, madeira, plástico, Nylon etc, para isso, o plano era criar uma máquina de fácil manuseio, de pequeno porte, baixo custo e que cumprisse o propósito citado acima.

Sendo assim, a principal problemática era o custo do projeto e o embarque de tecnologias modernas de automação voltados para a parte de lógica de programação e monitoramento.

Com a máquina base em mãos, foi dado início a configuração do projeto e no decorrer do processo a equipe foi se adaptando ao que estava ao alcance em relação a peças.

A Figura: 8 exemplifica de forma ampla as características físicas do projeto em questão.

Na etapa de automação, foi encontrado alguns empecilhos em relação a integração dos hardwares de automação junto a parte de supervisórios do ELIPSE SCADA em virtude do período de pandemia que inviabilizou os trabalhos da equipe.

Sendo assim, o foco ficou sendo a elaboração da parte de supervisórios para fins de aprendizagem, para posteriormente fazer a integração assim que possível, buscando como principal objetivo a criação de telas como: tela de Login, Principal, Movimentos Manuais, Programação e visualização.

Com pesquisas bibliográficas, busca aprofundada através da rede e questionamento com professores, foi possível tomar as decisões mais assertivas.

O software Arduino IDE foi uma ferramenta facilitadora para configurar a placa (board) e a porta (port) bem como, para escrever a lógica de programação, que se mostrou eficiente e funcional. Já com o Software Universal G-code Sender, foi possível elaborar os desenhos das peças a serem confeccionadas pela Router CNC através da interface no computador, originando a princípio peças simples más, bem definidas.

 

4.1. Supervisórios.

Na parte de supervisórios foi seguido as etapas lecionadas pelo professor Thiago Abraão para configurar o ELIPSE SCADA, usando as seguintes ferramentas de configuração: pp Browser para manipulação de scripts; Tags para organizar os atributos e criação de grupos; objetos de tela para construção da interface gráfica, e scripts que se trata da linguagem para instruir um evento.

E o resultado pode-se visto na Figura 9.

Foram criadas para chegar ao objetivo, tela de Login, Principal, Movimentos Manuais, Programação e visualização.

A princípio foi criada tela com nome de Login Figura 9(a), ela é a tela inicial e tem função de cadastro para nível de usuário, e possui seus comandos de acesso específicos.

Primeiramente foi colocado um Bitmap na tela com uma imagem do grupo, assim como em todas as outras telas, adicionamos um Button com script de Aplicação.

Programação onde cada usuário possui seu devido login com nível de acesso a telas e modificações, ficando detalhado na Tabela 1.

Foi criada e nomeada a tela principal Figura 9(b), pois é ela em que destina as outras telas de funções, também permite a criação de novos usuários dependendo do nível de acesso.

Foram criados três botões com função de enviar para outras telas, botão de Movimento manual nos leva até a tela de movimentos manuais dos eixos, botão de visualização nos leva até a tela de visualização da programação e o botão de Programação que nos leva até a tela de programação da máquina onde se localizará cada passo de usinagem.

Nesta tela é possível também criar novos usuários, foi colocado um botão com script de User Administration, esse botão tem nível de acesso 1, ou seja, somente o usuário de administração pode fazer o acesso a ele.

Foi colocado também um display para identificação do usuário na tela, neste foi colocado uma tag de User Name, para que assim que for feito o login já apareça nela quem está fazendo o manuseio.

Na tela nomeada de movimentos de eixos manuais Figura 9(c) foram criadas 6 tags: Eixo X, Eixo X2, Eixo Y, Eixo Y2, Eixo Z e Eixo Z2, para que fosse possível fazer a variação de movimentos manualmente, inserindo os valores no Slider ou no setpoint e fazendo a movimentação com dois botões para avançar botão incremente e para recuar botão decremente.

A função serve para os três eixos, no caso do eixo X, temos o setpoint e o Slider para posição desejada, foi colocado uma tag RAM chamado (Eixo X), já no display de (EIXO X / mm) foi criada um tag RAM com nome de (Eixo X2).

Este valor é alterado conforme o botão incremente ou decremente é pressionado.

Na tela nomeada programação para os eixos X, Y e Z Figura 9(d) foi criado nove Tags RAM, com nome de RECEITAX1, RECEITAX2, RECEITAX3, RECEITAY1, RECEITAY2, RECEITAY3, RECEITAZ1, RECEITAZ2 E RECEITAZ3.

Para que nos setpoints que foram criados para cada eixo e seu devido passo fosse acrescentado um valor.

Esta tela tem nível de acesso 1, ou seja, somente o usuário administrador pode fazer alteração nesses valores de receita.

Também foi colocado um botão de movimentação de tela que nos leva até a tela principal e outro botão com bitmap que é um botão de Logout.

Há um display no canto superior direito, nele foi colocada uma aplicação user Name, logo quando algum usuário logar no sistema em todas as telas aparecerá a informação.

A tela de visualização geral Figura 9(e), foi criada para operação, ou seja, tem acesso liberado para o operador.

Nela foi colocado nove displays e neles anexados os mesmos Tags da tela de programação.

Logo, os mesmos valores da receita que foram programados terão que ser obedecidos pelo operador e não alterados.

Temos também dois displays um de passo atual, com um Tag com nome de Passo e outros display com nome de Estado router CNC, com uma Tag de Descrição.

Foi criado um botão com nome de Start Movimentação, para fazer a movimentação desses dois displays.


Estabelecido a programação do Hardware através dos softwares próprios (Arduino IDE e Grbl), foi possível o desenvolvimento de desenhos e formas variadas, de forma rápida e intuitiva.

Esse produto já existe com grandes tecnologias no mercado, porém a maioria deles tem um custo muito elevado.

A máquina Router CNC tema do projeto, com certeza solucionaria os problemas relacionados a confecção de peças de pequeno porte, e com um investimento razoavelmente baixo.

 

4.2. Segurança.

As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores.

No quesito segurança, o foco de ação ficou para os seguintes itens: Proteção fixa que se trata da proteção acrílica e tampa de segurança e dispositivos de partida acionamento e parada, e dispositivos de parada de emergência, que obedece a norma NR-12, e compreende de forma ampla o escopo do nosso projeto, (NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. 2019).

 

Foi incluso no projeto os seguintes dispositivos de partida acionamento e parada.

          Botão de Parada de Emergência: O botão de parada de emergência Figura: 10(a), deverá ser bem-posicionado de forma que, o operador tenha fácil acesso ao mesmo, em caso de emergência não deverá ser utilizado como forma primária de acionamento da máquina e deverá ser instalado corretamente de forma que seja a prova de falhas. Conforme a NBR 13759:1996 este elemento terá que garantir a interrupção imediata do movimento da máquina.

          Chave fim de curso para o motor: As chaves de fim de curso Figura: 10(b), têm como finalidade controlar o posicionamento e estabelecer limites físicos da máquina, é necessário a implementação de um elemento de segurança que impeça o motor de avançar além dos limites estabelecidos, dentre as chaves “fim de curso” disponíveis, foi dado preferência pelas Micro-swtich mais usadas em máquinas de pequeno porte. são responsáveis pela comunicação com o controlador.

          Sensor chave fim de curso da porta (pistão): Este dispositivo Figura: 10(c), faz com que, quando a porta de segurança for aberta, a máquina seja desenergizada, enviando um sinal que indica o término do curso da máquina.


5. CONCLUSÃO.

Após todas as pesquisas necessárias para realização do trabalho, conclui-se que a Mini Router CNC é de grande utilidade para o setor de transformação e acabamento de peças no ramo industrial, principalmente para usinagem de peças, tanto em madeira, nylon, metal, e etc.

Este referido projeto foi de grande importância para o aprendizado técnico e funcional de alguns componentes estudados no decorrer do processo, como também, um forte motivador na busca pelo conhecimento por intermédio do estudo prático.

O trabalho de pesquisa em rede e através de bibliografias e questionamento com professores foram os grandes direcionadores para os idealizadores de projeto.

Houve um amplo contato experimental com os componentes utilizados, como também, se fez necessário o aprendizado de softwares, de grande importância para o mundo da automação como: Universal G-code Sender, que possibilita elaborar o desenho pelo computador, para que, baseado na programação o equipamento usine a peça de forma precisa; Arduino ID para programação da placa Arduino através de algoritmos em linguagem C; e o Elipse SCADA que se mostrou um software poderoso, principalmente por ser de grande utilidade no ramo industrial, sendo muito importante para diversos propósitos, como fazer a supervisão de linhas de produção em geral, simples interfaces HMI, e até complexos centros de operação em tempo real.

No decorrer do processo de construção do Protótipo Router CNC, os autores desse projeto se deparam com dificuldades características desse tipo de empreendimento.

A exemplo do imprevisto que foi enfrentado em decorrência de um motor defeituoso, em que, para solucionar esse imprevisto foi elaborado uma forma de adaptar uma manivela na conexão do eixo do motor vertical da máquina, de forma temporária, para demostrar funcionalidade no evento de ciências de grande importância, até a aquisição de um novo motor.

O que demandou desenvoltura, criatividade e força de trabalho por parte dos integrantes desse projeto.

Houve momentos de frustração, por exemplo quando impossibilitados de fazer a integração do hardware do projeto ao software de supervisão, isso por motivo de força maior.

Mas os idealizadores desse empreendimento seguiram em frente.

Enfim, os membros desse projeto ficam muito satisfeitos com o resultado obtido ao fim dessa jornada, pois esse empreendimento correspondeu com o esperado, de grande importância para busca do conhecimento, principalmente por ter proporcionado a oportunidade de colocar em prática o que foi lecionado, influenciando assim no êxito da equipe, foi um trabalho exaustivo por conta de ter muitas etapas a serem feitas.

O projeto protótipo Router CNC, ainda não se encontra na funcionalidade almejada pelos integrantes desse grupo, ainda é necessário aperfeiçoamentos estruturais, como também, uma melhor otimização de software na intenção de se usinar peças mais complexas.

Com tudo, se segue em busca da plenitude do projeto.

Apesar de o intuito da máquina ser somente educacional, ela correspondeu bem as expectativas educacionais, como também, forneceu bagagem acadêmica, que sem sombra de dúvidas será de grande valia para o empreendimento de projetos futuros.


6. REFERÊNCIAS.

ALMEIDA, PAULO SAMUEL. Et al. Processos de Usinagem: Utilização e Aplicações das Principais Máquinas Operatrizes. [S.l]: Saraiva, 2015.

BATALHA FERREIRA, Gilmar. Processos de Fabricação por Remoção de Material. São Paulo: 2001. Disponível em: http://sites.poli.usp.br/pmr/lefa/download/PMR2202-Eng%20Fabrica%C3%A7%C3%A3o%20Usinagem%20GFB%20JPM.pdf Acesso: 30 maio. 2021.

BRASIL. Informações sobre CNC Shield, Driver A4988. Disponível em: https://www.baudaeletronica.com.br/cnc-shield-v3.html Acesso em: 15 março. 2021.

BRASIL. NR-12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. [S.l.], 2019. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-12.pdf Acesso em: 21 março, 2021.

CONRADO RODRIGO. Atividade Maker, GRBL. [S.l.: s.n.], 2019. Disponível em: http://atividademaker.com.br/upload/grbl/AtividadeMakerGrbl09j.pdf Acesso em 24 maio. 2021.

DIB MILITÃO HENRRIQUE. Marcel. Fundamentos do frisamento: uma aplicação em microfrisamento. São Carlos. 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18145/tde-31102013-165527/publico/MarcelMilitaoDib.pdf Acesso em: 22 maio. 2021.

ELIPSE. Comunicando o Arduíno com o Elipse E3 ou Elipse SCADA. [S.l.], 2019. Disponível em: https://kb.elipse.com.br/comunicando-o-arduino-com-elipse-e3-eou-elipse-scada Acesso em: 22 maio. 2020.

FERRARESI, D.; RUFFINO, R. T; PALLEROSI, C. A. Usinagem dos metais: processo de fresamento. São Paulo: ABM, 1974.

FERRARESI. DINO. Fundamentos da Usinagem dos Metais. São Paulo: BLUCHER, 2018. Disponível em: https://www.google.com.br/books/edition/Fundamentos_da_Usinagem_dos_Metais/IjjWDwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=o+que+%C3%A9+usinagem&printsec=frontcover Acesso em: 25 maio. 2021.

MCROBERTS, Michael. Arduino Básico. São Paulo. NOVATEC 2011.

POWER MAX II. Kollmorgen. [S.l.], 2011. Disponível em: https://www.kollmorgen.com/pt-br/products/motors/stepper/serie-m-e-p-powermax Acessado em: 26 maio. 2021.

SEVERINO, Antonio, Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2021.


7. AGRADECIMENTOS.

Este trabalho agradece o apoio da instituição Faculdade Pentágono, pelo usufruto de seu espaço acadêmico sua infraestrutura laboratorial, bem como por ser a grande direcionadora responsável por nos guiar rumo ao conhecimento.

Agradecemos ao corpo docente da FAPEN que nos deu suporte técnico, teórico e moral para continuarmos seguindo em frente.

Somos gratos aos professores orientadores, Marcos F. de Souza, Solange Damaceno, Thiago Abraao dos Anjos da Silva e Vlamir Belfante, bem como todos os professores que fizeram e ainda fazem parte não só da nossa formação nessa respeitável instituição, más também na nossa maturação como cidadãos dotados de sólido conhecimento, capazes de contribuir com mundo melhor.

 

8. SOBRE OS AUTORES.

Iego Rampazzo de Mello é graduado em Técnico em Mecatrônica e eletroeletrônica atualmente cursando como aluno no curso de graduação de tecnologia em mecatrônica industrial na faculdade FAPEN.

Atua profissionalmente na área técnica voltada para automação de máquinas, na qual tem como principal função o desenvolvimento de projetos e softwares a partir de escopo para PLC’s, IHM, Servo Driver e Inversores.

José Roberto Batista Junior é graduado Técnico em Mecatrônica atualmente cursando como aluno no curso de graduação de tecnologia em mecatrônica industrial na faculdade FAPEN.

Atua profissionalmente na área da produção industrial voltada para a área de Metalurgia, atualmente em comandos de Máquinas Heidenhain, MazaK, OKUMA, MORI SEIKI, Heller (Fanuc) e SIEMENS, e preparação de CNC. Fazendo leitura e interpretação de desenho industrial.

Marcos Garcia O. Junior é graduado em Técnico em Mecatrônica e eletroeletrônica atualmente cursando como aluno no curso de graduação de tecnologia em mecatrônica industrial na faculdade FAPEN e cursando Técnico em eletrônica na instituição SENAI.

Vitor Salazar de Sousa é graduado em Técnico em Mecatrônica e eletroeletrônica atualmente aluno no curso de graduação de Tecnologia em Mecatrônica Industrial na FAPEN. Atua profissionalmente na área técnica de montagem de produtos eletrônicos na empresa Toledo do Brasil.

Wagner Rodrigues de Oliveira é graduado em Técnico em Química industrial pela Faculdade SENAI, Técnico em Mecatrônica e atualmente cursando Graduação em Tecnologia em Mecatrônica industrial na faculdade FAPEN – Faculdade Pentágono. Profissionalmente atua como operador de processos químicos ambientais.