segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A Importância da neuropsicopedagogia nas práticas da educação inclusiva.

FAPEN ON-LINE. Ano 2, Volume 2, Série 15/02, 2021.


Prof. Esp. Daniel Rodrigues de Lima.

Graduado em História - UNIASSELVI.

Especialista em Ensino de História - FETREMIS.

Especialista em Gestão e Tutoria em EAD - UNIASSELVI.

Mestrando em História (UFAM).

Professor de História do Colégio FAMETRO (Manaus-AM).


Profa. Maria Zélia de Alencar de Andrade.

Orientadora Educacional e Neuropsicopedagoga

do Colégio FAMETRO (Manaus-AM).



RESUMO: Na sociedade globalizada e diversa novas formas de ensinar e aprender podem e devem fazer parte do cotidiano escolar, sendo assim, propõe-se a seguinte pesquisa com a presente temática: "A Importância Da Neuropsicopedagogia Nas Práticas Da Educação Inclusiva”. Os objetivos a alcançar nas páginas que seguem são: Compreender as contribuições que a Neuropsicopedagogia pode possibilitar às práticas de ensinar e aprender na Educação Inclusiva. Além disso, conceituar brevemente acerca do que vem a ser a Neuropsicopedagia e a Educação Inclusiva e identificar a relação ou interação existente entre a Neuropsicopedagogia e a Educação Inclusiva. A metodologia utilizada para a elaboração da pesquisa foi uma revisão bibliográfica. Por fim, a neuropsicopedagogia é um campo novo de estudos que está aberto a novos conhecimentos, e consequentemente, pode contribuir de forma eficiente eficaz com a educação inclusiva, possibilitando que o ato de aprender possa atingir a todos, respeitando os ritmos e formas próprias de aprender de cada um de nós.

PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicopedagogia, Aprendizagem, Inclusão.

 

ABSTRACT: In a globalized and diverse society, new ways of teaching and learning can and should be part of the school routine, therefore, we propose the following research with the present theme: “The Importance of Neuropsychopedagogy in Inclusive Education Practices”. The objectives to be achieved in the pages that follow are: Understand the contributions that Neuropsychopedagogy can make possible to the practices of teaching and learning in Inclusive Education. In addition, briefly conceptualize what Neuropsychopedagogy and Inclusive Education become and identify the relationship or interaction between Neuropsychopedagogy and Inclusive Education. The methodology used for the elaboration of the research was a bibliographic review. Finally, neuropsychopedagogy is a new field of studies that is open to new knowledge, and consequently, it can contribute efficiently to inclusive education, enabling the act of learning to reach everyone, respecting the rhythms and ways of learn from each of us.

KEYWORDS: Neuropsychopedagogy, Learning, Inclusion.

 

1. INTRODUÇÃO.  

Na sociedade globalizada e diversa novas formas de ensinar e aprender podem e devem fazer parte do cotidiano escolar, sendo assim, propõe-se a seguinte pesquisa com a presente temática: “A Importância Da Neuropsicopedagogia Nas Práticas Da Educação Inclusiva”.

A escolha do tema ocorre devido se acreditar que a Neuropsicopedagogia pode trazer contribuições de maneira eficiente e eficaz, possibilitando a melhoria da Educação e, especialmente,  o desenvolvimento da inclusão.

Haja vista, que a Neuropsicopedagogia orienta seus estudos acerca de ensinar e aprender nos seres humanos, levando em consideração diversos aspectos inerentes a este processo como: o funcionamento do cérebro, a cognição, a metacognição, emoções, afetos, sentimentos, sinestesia, além de questões ambientais e socioculturais.

Além disso, no trabalho com a educação Inclusiva que desenvolvemos em uma Instituição da rede privada de ensino no Estado do Amazonas, percebe-se muito a melhorar no que diz respeito as práticas de inclusivas, principalmente, em relação aos processos de ensino e aprendizado de indivíduos com deficiências, distúrbios ou algum tipo de transtornos.

O objetivo é compreender as contribuições que a Neuropsicopedagogia pode possibilitar às práticas de pedagógicas na Educação Inclusiva.

Além disso, pretende-se conceituar brevemente a Neuropsicopedagia e a Educação Inclusiva, identificando a relação ou interação existente entre ambas.

Esta conceituação se faz necessária no sentido de aperfeiçoar, desenvolver e contribuir com a promoção de ações, que produzam situações de ensinar e aprender, respeitando a diversidade e o ritmo dos indivíduos.

As discussões aqui são apresentadas são fruto de pesquisa e leitura de artigos disponibilizados na rede mundial de computadores, em que um destaques consiste em documento técnico produzido pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp).

Neste, nota do parecer técnico-profissional da instituição representativa de número 01 do ano de 2016, trata de questões como atuação do neuropsicopedagogo em âmbito institucional e clínico, principalmente, como ator que pode contribuir para as ações em Educação Inclusiva.

Outro artigo de extrema relevância é de Vitor Fonseca (2014), intitulado “Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica”.

O autor desenvolve análises sobre como ocorre a aprendizagem a partir das funções citadas no título do artigo, além de conceituar cada uma das funções e direcionar sua importância no processo de aprender.

Entre outros artigos que consultamos, detaca-se “A neuroeducação e suas contribuições e às práticas pedagógicas contemporâneas”, de autoria de Callina dos Santos e Késila Sousa.

As autoras desenvolveram pesquisa sobre as contribuições que a neuroeducação pode trazer a práticas e ação educativa na atualidade, estabelecendo uma relação intrínseca com a neuropsicopedagogia.

A obra “Educação Inclusiva” de Marlei Floriani (2017) nos fornece conceitos sobre a temática, além de trazer discussão pertinente sobre as presentes nomenclaturas como: exclusão, segregação, inclusão, educação especial e educação inclusiva.

Estas são algumas das muitas contribuições que tivemos em nossa revisão de bibliografia, apenas mencionamos algumas, mas outros autores e suas respectivas obras mantiveram diálogo conosco em nossa pesquisa.

 

2. O QUE É NEUROPSICOPEDAGOGIA?

A Neuropsicopedagogia é uma ciência interdisciplinar, transdisciplinar e multidisciplinar, envolve em seus estudos conhecimentos das neurociências, psicologia e da pedagogia.

Em que no código de ética e técnico profissional nº 03/2014, elaborado pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia, em seu artigo de número 10, tem-se o seguinte:

Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação, com interfaces da Psicologia e Pedagogia que tem como objeto formal de estudo a relação entre cérebro e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e escolar. (SBNPp, 2014, p.06)

 

Diante disso, utilizando saberes específicos das áreas que compõe a neuropsicopedagogia, de acordo com Ana Lúcia Hennemann, pode-se evidenciar que:

FERNANDEZ (2010) aponta para três pontos elucidativos da Neuropsicopedagogia, abordada por Suárez: 1º Educação; 2º Psicologia e 3º Neuropsicologia. Educação no intuito de promover a instrução, o treinamento e a educação dos cidadãos. A Psicologia com os aspectos psicológicos do indivíduo. E, finalmente, a Neuropsicologia com a teoria do cérebro trino, sendo que aqui oportunizou a teoria das múltiplas inteligências, propostas por Gardner. (HENNEMANN, 2012, p.06)

 

Sendo assim, a Neuropsicopedagogia busca evidenciar os conhecimentos relativos ao cérebro e como este tem papel preponderante no ato de aprender, através das funções cognitivas, conativas e executivas, ou seja:

Em síntese, a neuropsicopedagogia procura reunir e integrar os estudos do desenvolvimento das estruturas, das funções e das disfunções do cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsáveis pelo ensino. (FONSECA, 2014, p.236)

 

Além disso, proporciona a compreensão que cada indivíduo, devido sua diversidade e individualidade, possui maneiras e ritmos próprios no ato de aprender.

A neuropsicopedagogia é uma investigação da otimização e melhoramento máximo da aprendizagem em humana, estabelecendo diversos ritmos e formas de aprender.

A neurociência e o funcionamento do cérebro, mostrar que o sistema nervoso está associado a diversas funções, como: movimento, sentimentos, emoções, pensamento.

Assim, desenvolve a plasticidade do sistema nervoso através dos circuitos neurais que se metamorfoseiam constantemente e, portanto:

[...] essa nova área de neuropedagogia concede maior relevância ao conhecimento de que a aprendizagem se fundamenta nos processos cerebrais, e que os resultados cognitivos se ampliam paralelamente ao desenvolvimento humano. Ainda nessa ideia, ‘a proposta de neuroeducação é a de investigar as condições nas quais a aprendizagem humana pode ser otimizada ao máximo.’ (idem, p.23) pode-se observar que a relação da ciência cerebral com a aprendizagem é fundamental nessa relação contribuindo com entendimentos válidos na prática docente. (LIMA, 2016, p.01-02)

 

A neuropsicopedagogia deve com seus estudos auxiliar na promoção de novas práticas de ensinar e aprender, com isso, pode ser excelente parceira de uma educação que pretende ser cada dia mais inclusiva e diversa, em que:

Através dos conhecimentos neuropsicopedagógicos existe a possibilidade de entender como se processa o desenvolvimento de aprendizagem de cada indivíduo, proporcionando-lhe melhoras nas perspectivas educacionais e dessa forma desmistificar a ideia de que a aprendizagem não ocorre para alguns; na verdade sempre acontecerá a aprendizagem, entretanto para uns ela vem acompanhada de muita estimulação, atividades diferenciadas, respeitando o ritmo de desenvolvimento do indivíduo. (HENNEMANN, 2012, p.04)

 

A neuropsicopedagogia possibilita o entendimento do desenvolvimento e dos diversos ritmos de aprendizagem nos indivíduos, salienta que todos aprendem, uns com menos estímulos outros com muitas estimulações, sempre respeitando os ritmos e motivações individuais.

Assim, pode-se propor uma educação democrática com sua utilização como referência, ou seja, sem exclusão ou segregação, portanto inclusiva.

 

3. BREVE CONCEITUAÇÂO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

Deve-se salientar que mesmo com a inclusão escolar sendo pauta das discussões e tendo legislação ampla na realidade brasileira, ainda muito pouco tem se demonstrado na prática.

Diante disso, cabe propor um breve entendimento conceitual sobre o vem a ser a Educação Inclusiva.

Faz-se necessário compreender que a educação de pessoas com algum grau de deficiência, distúrbios e transtornos teve várias nomenclaturas ao longo dos anos e com diversas práticas estabelecidas.

Podemos elencar os seguintes termos nessa longa caminhada: exclusão, segregação, integração e inclusão.

Segundo Marlei Floriani (2017, p.45):

 

“[...] Exclusão: ocorre quando separamos os alunos com necessidades especiais, não considerando a diversidade e limitando a participação de todos.

Segregação: ocorre quando as crianças com necessidades especiais são isoladas e separadas em grupos, em instituições de atendimento especializado, sem frequentar a escola comum.

Integração: insere o aluno no contexto escolar, mas não inclui. Trata-se do aluno especial na educação.

Inclusão: Considera a diversidade e as necessidades de todos os alunos, garantindo acesso, a permanência e a participação deles em salas de aulas comuns.”

 

É importante compreender que o conceito de Educação Especial é diferente do de educação Inclusiva, de acordo com Floriani (2017, p.45), a educação Especial “trata-se do atendimento do aluno especial em instituições especializadas”, ou seja, ocorre a integração, mas não inclusão.

No que tange ao que vem ser a Educação Inclusiva, o autor informa: “trata-se da inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas comuns”, dessa forma, é estabelecida justiça social, onde considera a garantia de todos no processo educacional, sem segregar e nem excluir, permitindo a inserção e sociabilidade efetiva.

Cabe a todos os profissionais inseridos na educação lutar por uma escola com práticas inclusivas e democráticas, compreendendo que todos tem direito a aprender, devendo ser respeitados suas particularidades e individualidades.

Portanto, acredita-se que a neuropsicopedagogia e a educação Inclusiva podem valorizar e promover, nos indivíduos, a aprendizagem significativa, respeitando a diversidade dos sujeitos envolvidos no processo educativos.

 

4. A RELAÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA COM A EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

No contexto da educação no mundo contemporâneo, o casamento entre Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva se faz mais que obrigatório, pois acabam se complementando, chegando a possuir um caráter intrínseco, em que ambas buscam o entendimento que todos devem e podem aprender.

 

No campo interventivo, a neuropsicopedagogia despontou como campo epistemológico do saber, advindo da leitura integrada entre pedagogia, psicologia, neuropsicologia, psicopedagogia e trabalho clínico. Sua contribuição se dá pela relação estabelecida entre o cérebro e a aprendizagem, como vias dúbias no processo cognitivo. Seus estudos abrangem um vasto conhecimento das bases neurológicas da aprendizagem e do comportamento humano, por meio de estímulos contextuais que deem respostas positivas ao processo de formação do indivíduo, tomando como foco as relações intrínsecas entre atenção, funções motoras, linguagem, memória, cognição e aspectos emocionais, psicológicos e cerebrais. Ela busca ainda, compreender o processo cognitivo do sujeito aprendente, desde os primeiros anos de vida, seus impasses e as principais implicações na aprendizagem humana. (LIMA, 2017, p.80)

 

Sendo assim, a neuropsicopedagogia como campo de estudos busca promover cada vez mais conhecimentos que proporcionem a inclusão de sujeitos com deficiência, distúrbios ou transtornos, não só no âmbito escolar, mas na sociedade como um todo.

 

Nesta atual conjuntura o neuropsicopedagogo é de grande importância, pois, está assegurando as perspectivas inferidas em lei trabalha no cerne cognitivo, no desejo e na vontade de aprender melhorando e ampliando habilidades e talentos latentes, desenvolve o atendimento e avaliação que objetivam identificar as dificuldades que

estão prejudicando o aprendizado fluindo sem entraves, oferecendo ferramentas de auto-superação cognitiva, intelectual e emocional contribuindo com a crescente autoconfiança e motivação para o aprendizado. (BORGES, 2016, p.08)

 

A neuropsicopedagogia tem sua relação com educação Inclusiva, pois proporciona atendimento e avaliação, melhoramento e superação de dificuldades cognitivas, intelectuais e emocionais no processo de aprender e ensinar na educação inclusiva.

Entende-se que os profissionais da neuropsicopedagogia devem estar incluídos nos quadros profissionais da escola inclusiva para que atuem em prol de educação justa e não discriminatória, em que Hennemann informa:

 

Segundo Beauclair (2014), os especialistas em Neuropsicopedagogia são instruídos para: compreender o papel do cérebro nas relações complexas dos neurocognitivos e a sua inserção na aplicação de estratégias em diversos âmbitos sociais; na intervenção do desenvolvimento humano do sujeito aprendente; Ampliar na capacidade de intervir em novos produtos educacionais e construir alternativas para o melhor desenvolvimento do assistido. (2014, p.7)

 

Assim, pode-se afirmar que a neuropsicopedagogia pode contribuir efetivamente em ações que promovam práticas inclusivas no ambiente escolar, estabelecendo uma escola desprovida de preconceitos.

 

5. CONTRIBUIÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

A presente discussão está pautada no parecer técnico-profissional da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp) nota técnica nº 01 do ano de 2016.

O documento apresenta as principais contribuições que o profissional da neuropsicopedagogia pode trazer para a educação e, especialmente, a educação inclusiva.

 

A atuação do Neuropsicopedagogo tem o objetivo de promover uma educação de qualidade, com foco no trabalho efetivo da Educação Inclusiva, bem como o atendimento prioritário às crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem. A função do Neuropsicopedagogo Institucional da Educação Especial, junto à Equipe Técnica das Escolas atende a demandas relacionadas aos processos de aprendizagem no âmbito da coletividade, entretanto com possibilidade de tratar particularidades relacionadas à construção do conhecimento científico-acadêmico, com o intuito de promover o desenvolvimento sócio-pessoal e educacional de todos os alunos que possuem dificuldades. (SBNPp, 2016, p.02)

 

Dessa forma, de acordo com o parecer técnico mencionado, a neuropsicopedagogia pode ser dividida em dois ramos: a neuropsicopedagogia institucional e a neuropsicopedagogia clínica.

A atuação do neuropsicopedagogo clínico se faz em instituições de ensino ou áreas empresariais que necessitam do profissional, onde temos as atribuições destes profissionais como as seguintes:

 

I) Identificação Precoce:

a) Realizar investigação a partir de queixas advindas dos professores ou Equipe Técnica da Escola, executando observações direcionadas, pautados em instrumentos próprios do Neuropsicopedagogo da Educação Especial Inclusiva e/ou que estejam de acordo com as diretrizes da do Código de Ética Técnico-Profissional - 03/2014 - SBNPp;

b) Sondagem/triagem acadêmica no âmbito coletivo através de materiais e instrumentos próprios desta nova ciência ou outros que são abertos a diferentes profissionais, contudo devem ser embasados teoricamente e com padronização brasileira;

c) Direcionar a identificação precoce as funções cognitivas, atenção, memória de trabalho, linguagem (recepção/expressão), compreensão

(interpretação/intelecção), linguagem matemática, observação psicomotora, habilidades sociais, planejamento e resolução de problemas.

II) Planejamento e Intervenção:

a) A partir de dados e realidades identificados, elaborar um plano de intervenção junto de pequenos grupos, em classes inteiras, ou individualmente, em casos específicos, estabelecendo metas inicias, intermediárias e finais;

b) Utilizar a metodologia de projetos de trabalho e oficinas temáticas,

oportunizando que os alunos desenvolvam diferentes habilidades conforme suas individualidades, respeitando a cada um, promovendo a

inclusão através da ação do neuropsicopedagogo;

c) Trabalhar com orientação de pais e professores embasados nos conhecimentos sobre o processo de aprendizagem e suas dificuldades, conforme dados obtidos no processo de identificação precoce em grupos e crianças;

d) Emitir parecer neuropsicopedagógico com bases institucionais, indicando como devemos tratar a individualidade nos processos de aprendizagem, bem como questões coletivas, assegurando o processo de inclusão, levando ao conhecimento da Equipe Técnica da Escola (professores, coordenadores, atendimento educacional especializado entre outros);

e) Encaminhamento de crianças a profissionais de área específica, quando necessário. (SBNPp, 2016, p. 4)

           

Nas intervenções do psicopedagogo institucional identificamos que estão a verificar as funções e disfunções cerebrais junto aos estudos do processo psicognitivos.

São os estudos que a neuropsicopedagogia busca reunir e integrar em seus sistemas explicativos e de intervenção para o melhoramento do aprendizado dos indivíduos.

Já neuropsicopedagogia clínica é desenvolvida em ambiente particular, ou seja, espaço adequado de atendimento individualizado ou em sessões, em que o que concerne as contribuições do ramo na educação inclusiva, tem-se:

 

I) Investigação Inicial:

a) Investigar e analisar os relatos e queixas advindas dos contextos específicos, realizando anamnese, entrevistas, coletas de dados a partir

de observações para posterior análise;

b) Estabelecer hipóteses para traçar o planejamento da intervenção neuropsicopedagógica, devidamente embasado em conhecimentos

técnicos-científicos;

c) Selecionar atividades para testar as hipóteses através das intervenções direcionadas, que devem ser seguidas de análises que podem ou não confirmá-las.

II) Planejamento e Intervenção:

a) Após identificação e confirmação das dificuldades a serem trabalhadas, planejar a intervenção conforme protocolo específico de atendimento, utilizando instrumentos validados e aplicados em população brasileira, de acordo com a faixa etária;

b) Elaborar um plano de trabalho estabelecendo metas iniciais, intermediárias e finais para avaliar continuamente os avanços durante a intervenção;

c) Organizar registros dos atendimentos visando acompanhamento adequado a cada caso tratado.

III) Encaminhamentos e/ou resultados:

a) Elaboração de parecer ou laudo descritivo neuropsicopedagógico indicando as características e os resultados do trabalho, avanços ou novas necessidades detectadas e que precisam ser encaminhadas ou novamente trabalhadas;

b) Realizar encaminhamento a outros profissionais, visando o trabalho em equipe multiprofissional tratando cada pessoa atendida como pessoa com características específicas, mas com necessidades diversificadas;

c) Indicar a finalização do trabalho evidenciando a superação das dificuldades de aprendizagem apresentadas, emitindo um parecer neuropsicopedagógico. (SBNPp, 2016, p.05)

 

As contribuições das áreas de neuropsicopedagogia na educação inclusiva podemos afirmar que: promovem diagnósticos sobre deficiências, distúrbios e transtornos no sentido de promover práticas melhores para o desenvolvimento adequado aos indivíduos.

Além disso, planeja ações e busca prevenir todo e qualquer ato de discriminação nas ações de ensinar e aprender, outrossim, intervém na prática da aprendizagem adaptando materiais e recursos didáticos que promovam as múltiplas formas de aprender.

 

[...] a neuroeducação pode oferecer para os processos de ensino-aprendizagem, não como uma forma mágica de acabar com todos os problemas relacionados a educação, mas como uma ferramenta útil que traga o embasamento teórico-científico que possa melhorar o aprendizado, assim como, estimular de forma adequada e diferenciada as potencialidades da criança que cada dia se transforma dentro da modernidade a qual está inserida. (SANTOS; SOUSA, 2016, p.2)

           

A neuropsicopedagogia deve ser vista como promotora de melhora no aprendizado, a partir, de práticas que estimulem de maneira adequada e consequente, além de diferenciada as potencialidades dos educandos.

Assim sendo, compreende-se que a neuropsicopedagogia pode e deve estar ligada com educação inclusiva, pois promove melhoramento nas práticas do aprender.

O profissional da neuropsicopedagogia deve manter diálogo constante com pedagogos, psicopedagogos, professores e alunos.

Para que esse casamento entre neuropsicopedagogia e educação inclusiva possa dar certo, é preciso enfatizar o ato do aprender democrático e, com isso, promover a inclusão educacional.

 

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Na presente pesquisa, apresentou-se os conceitos de neuropsicopedagogia e educação inclusiva, em que se percebeu que ambas buscam promover um aprendizado que valorize a diversidade dos indivíduos, sem discriminação qualquer.

A neuropsicopedagogia como ciência multidisciplinar é de extrema relevância para a educação no mundo globalizado, permite que possamos conhecer as várias formas como a humanidade podem aprender, principalmente, com a compreensão do processo de aprendizado.

Percebemos que a educação inclusiva e a neuropsicopedagogia devem ser integradas para construção da justiça social e da democracia do aprender, sem segregação ou exclusão.

A neuropsicopedagogia é um campo novo de estudos que está aberto a construção do conhecimento, e consequentemente, pode contribuir com a eficácia da educação inclusiva, possibilitando o ato de aprender a todos, respeitando os ritmos e formas próprias de aprender de cada indivíduo.

 

7. REFERÊNCIAS.

BORGES, Ângela Maria Rodrigues. Como a neuropsicologia aperfeiçoa a aprendizagem na educação especial em Marabá. In: Congresso paraense de Educação Especial, III., 2016, p.01-16. Disponível em: <https://cpee.unifesspa.edu.br/images/Anais_2016/Relatos_de_experiencia/Angela_Maria_Rodrigues.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2018.

FLORIANI, Marlei Adriana Beyer. Educação Inclusiva. Indaial: UNIASSELVI, 2017.

FONSECA, VITOR. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. In: Revista Psicopedagogia, Portugal,31(96): 2014, p.236-53. Disponível em: http:// <www.revistapsicopedagogia.com.br/exportar-pdf/62/v31n96a02.pdf>. Acesso em 15 jun. 2018.




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