FAPEN ON-LINE. Ano 2, Volume 2, Série 15/02, 2021.
Profa.
Maria Zélia de Alencar de Andrade. Orientadora
Educacional e Neuropsicopedagoga do
Colégio FAMETRO (Manaus-AM). |
RESUMO: Na
sociedade globalizada e diversa novas formas de ensinar e aprender podem e
devem fazer parte do cotidiano escolar, sendo assim, propõe-se a seguinte
pesquisa com a presente temática: "A
Importância Da Neuropsicopedagogia Nas Práticas Da Educação Inclusiva”. Os objetivos a alcançar nas páginas que seguem são: Compreender as contribuições
que a Neuropsicopedagogia pode possibilitar às práticas de ensinar e aprender
na Educação Inclusiva. Além disso, conceituar brevemente acerca do que vem a
ser a Neuropsicopedagia e a Educação Inclusiva e identificar a relação ou
interação existente entre a Neuropsicopedagogia e a Educação Inclusiva. A metodologia utilizada para a elaboração da
pesquisa foi uma revisão bibliográfica. Por fim, a neuropsicopedagogia é um
campo novo de estudos que está aberto a novos conhecimentos, e
consequentemente, pode contribuir de forma eficiente eficaz com a educação
inclusiva, possibilitando que o ato de aprender possa atingir a todos,
respeitando os ritmos e formas próprias de aprender de cada um de nós.
PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicopedagogia,
Aprendizagem, Inclusão.
ABSTRACT: In a
globalized and diverse society, new ways of teaching and learning can and
should be part of the school routine, therefore, we propose the following
research with the present theme: “The Importance of Neuropsychopedagogy in
Inclusive Education Practices”. The objectives to be achieved in the pages that
follow are: Understand the contributions that Neuropsychopedagogy can make
possible to the practices of teaching and learning in Inclusive Education. In
addition, briefly conceptualize what Neuropsychopedagogy and Inclusive
Education become and identify the relationship or interaction between
Neuropsychopedagogy and Inclusive Education. The methodology used for the
elaboration of the research was a bibliographic review. Finally,
neuropsychopedagogy is a new field of studies that is open to new knowledge,
and consequently, it can contribute efficiently to inclusive education,
enabling the act of learning to reach everyone, respecting the rhythms and ways
of learn from each of us.
KEYWORDS: Neuropsychopedagogy,
Learning, Inclusion.
1.
INTRODUÇÃO.
Na sociedade globalizada e diversa novas formas de ensinar
e aprender podem e devem fazer parte do cotidiano escolar, sendo assim,
propõe-se a seguinte pesquisa com a presente temática: “A Importância Da Neuropsicopedagogia Nas Práticas Da
Educação Inclusiva”.
A escolha do tema ocorre devido se acreditar que a
Neuropsicopedagogia pode trazer contribuições de maneira eficiente e eficaz,
possibilitando a melhoria da Educação e, especialmente, o desenvolvimento da inclusão.
Haja vista, que a Neuropsicopedagogia orienta seus estudos
acerca de ensinar e aprender nos seres humanos, levando em consideração
diversos aspectos inerentes a este processo como: o funcionamento do cérebro, a
cognição, a metacognição, emoções, afetos, sentimentos, sinestesia, além de
questões ambientais e socioculturais.
Além disso, no trabalho com a educação Inclusiva que
desenvolvemos em uma Instituição da rede privada de ensino no Estado do
Amazonas, percebe-se muito a melhorar no que diz respeito as práticas de inclusivas,
principalmente, em relação aos processos de ensino e aprendizado de indivíduos
com deficiências, distúrbios ou algum tipo de transtornos.
O objetivo é compreender as contribuições que a
Neuropsicopedagogia pode possibilitar às práticas de pedagógicas na Educação
Inclusiva.
Além disso, pretende-se conceituar brevemente a
Neuropsicopedagia e a Educação Inclusiva, identificando a relação ou interação
existente entre ambas.
Esta conceituação se faz necessária no sentido de
aperfeiçoar, desenvolver e contribuir com a promoção de ações, que produzam
situações de ensinar e aprender, respeitando a diversidade e o ritmo dos
indivíduos.
As discussões aqui são apresentadas são fruto de pesquisa e
leitura de artigos disponibilizados na rede mundial de computadores, em que um
destaques consiste em documento técnico produzido pela Sociedade Brasileira de
Neuropsicopedagogia (SBNPp).
Neste, nota do parecer técnico-profissional da instituição
representativa de número 01 do ano de 2016, trata de questões como atuação do
neuropsicopedagogo em âmbito institucional e clínico, principalmente, como ator
que pode contribuir para as ações em Educação Inclusiva.
Outro artigo de extrema relevância é de Vitor Fonseca (2014),
intitulado “Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na
aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica”.
O autor desenvolve análises sobre como ocorre a
aprendizagem a partir das funções citadas no título do artigo, além de
conceituar cada uma das funções e direcionar sua importância no processo de
aprender.
Entre outros artigos que consultamos, detaca-se “A neuroeducação
e suas contribuições e às práticas pedagógicas contemporâneas”, de autoria de
Callina dos Santos e Késila Sousa.
As autoras desenvolveram pesquisa sobre as contribuições
que a neuroeducação pode trazer a práticas e ação educativa na atualidade,
estabelecendo uma relação intrínseca com a neuropsicopedagogia.
A obra “Educação Inclusiva” de Marlei Floriani (2017) nos
fornece conceitos sobre a temática, além de trazer discussão pertinente sobre
as presentes nomenclaturas como: exclusão, segregação, inclusão, educação
especial e educação inclusiva.
Estas são algumas das muitas contribuições que tivemos em
nossa revisão de bibliografia, apenas mencionamos algumas, mas outros autores e
suas respectivas obras mantiveram diálogo conosco em nossa pesquisa.
2. O QUE É NEUROPSICOPEDAGOGIA?
A Neuropsicopedagogia é uma ciência interdisciplinar,
transdisciplinar e multidisciplinar, envolve em seus estudos conhecimentos das
neurociências, psicologia e da pedagogia.
Em que no código de ética e técnico profissional nº 03/2014,
elaborado pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia, em seu artigo de
número 10, tem-se o seguinte:
Neuropsicopedagogia é uma
ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência
aplicada à educação, com interfaces da Psicologia e Pedagogia que tem como
objeto formal de estudo a relação entre cérebro e a aprendizagem humana numa
perspectiva de reintegração pessoal, social e escolar. (SBNPp, 2014, p.06)
Diante
disso, utilizando saberes específicos das áreas que compõe a neuropsicopedagogia,
de acordo com Ana Lúcia Hennemann, pode-se evidenciar que:
FERNANDEZ (2010) aponta para
três pontos elucidativos da Neuropsicopedagogia, abordada por Suárez: 1º
Educação; 2º Psicologia e 3º Neuropsicologia. Educação no intuito de promover a
instrução, o treinamento e a educação dos cidadãos. A Psicologia com os
aspectos psicológicos do indivíduo. E, finalmente, a Neuropsicologia com a
teoria do cérebro trino, sendo que aqui oportunizou a teoria das múltiplas
inteligências, propostas por Gardner. (HENNEMANN, 2012, p.06)
Sendo
assim, a Neuropsicopedagogia busca evidenciar os conhecimentos relativos ao
cérebro e como este tem papel preponderante no ato de aprender, através das
funções cognitivas, conativas e executivas, ou seja:
Em síntese, a neuropsicopedagogia
procura reunir e integrar os estudos do desenvolvimento das estruturas, das
funções e das disfunções do cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos
psicocognitivos responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos
responsáveis pelo ensino. (FONSECA, 2014, p.236)
Além disso, proporciona a compreensão que cada indivíduo,
devido sua diversidade e individualidade, possui maneiras e ritmos próprios no
ato de aprender.
A neuropsicopedagogia é uma investigação da otimização e
melhoramento máximo da aprendizagem em humana, estabelecendo diversos ritmos e
formas de aprender.
A neurociência e o funcionamento do cérebro, mostrar que o
sistema nervoso está associado a diversas funções, como: movimento, sentimentos,
emoções, pensamento.
Assim, desenvolve a plasticidade do sistema nervoso através
dos circuitos neurais que se metamorfoseiam constantemente e, portanto:
[...] essa nova área de
neuropedagogia concede maior relevância ao conhecimento de que a aprendizagem
se fundamenta nos processos cerebrais, e que os resultados cognitivos se
ampliam paralelamente ao desenvolvimento humano. Ainda nessa ideia, ‘a proposta
de neuroeducação é a de investigar as condições nas quais a aprendizagem humana
pode ser otimizada ao máximo.’ (idem, p.23) pode-se observar que a relação da
ciência cerebral com a aprendizagem é fundamental nessa relação contribuindo
com entendimentos válidos na prática docente. (LIMA, 2016, p.01-02)
A neuropsicopedagogia deve com seus estudos auxiliar na promoção
de novas práticas de ensinar e aprender, com isso, pode ser excelente parceira
de uma educação que pretende ser cada dia mais inclusiva e diversa, em que:
Através dos conhecimentos
neuropsicopedagógicos existe a possibilidade de entender como se processa o
desenvolvimento de aprendizagem de cada indivíduo, proporcionando-lhe melhoras
nas perspectivas educacionais e dessa forma desmistificar a ideia de que a
aprendizagem não ocorre para alguns; na verdade sempre acontecerá a
aprendizagem, entretanto para uns ela vem acompanhada de muita estimulação,
atividades diferenciadas, respeitando o ritmo de desenvolvimento do indivíduo.
(HENNEMANN, 2012, p.04)
A neuropsicopedagogia possibilita o entendimento do
desenvolvimento e dos diversos ritmos de aprendizagem nos indivíduos, salienta
que todos aprendem, uns com menos estímulos outros com muitas estimulações,
sempre respeitando os ritmos e motivações individuais.
Assim, pode-se propor uma educação democrática com sua
utilização como referência, ou seja, sem exclusão ou segregação, portanto
inclusiva.
3. BREVE CONCEITUAÇÂO SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
Deve-se salientar que mesmo com a inclusão escolar sendo
pauta das discussões e tendo legislação ampla na realidade brasileira, ainda
muito pouco tem se demonstrado na prática.
Diante disso, cabe propor um breve entendimento conceitual sobre
o vem a ser a Educação Inclusiva.
Faz-se necessário compreender que a educação de pessoas com
algum grau de deficiência, distúrbios e transtornos teve várias nomenclaturas
ao longo dos anos e com diversas práticas estabelecidas.
Podemos elencar os seguintes termos nessa longa caminhada:
exclusão, segregação, integração e inclusão.
Segundo Marlei Floriani (2017, p.45):
“[...] Exclusão: ocorre quando separamos os alunos com
necessidades especiais, não considerando a diversidade e limitando a
participação de todos.
Segregação: ocorre quando as crianças com necessidades
especiais são isoladas e separadas em grupos, em instituições de atendimento
especializado, sem frequentar a escola comum.
Integração: insere o aluno no contexto escolar, mas não
inclui. Trata-se do aluno especial na educação.
Inclusão: Considera a diversidade e as necessidades de
todos os alunos, garantindo acesso, a permanência e a participação deles em
salas de aulas comuns.”
É importante compreender que o conceito de Educação
Especial é diferente do de educação Inclusiva, de acordo com Floriani (2017,
p.45), a educação Especial “trata-se do atendimento do aluno especial em
instituições especializadas”, ou seja, ocorre a integração, mas não inclusão.
No que tange ao que vem ser a Educação Inclusiva, o autor
informa: “trata-se da inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas
comuns”, dessa forma, é estabelecida justiça social, onde considera a garantia
de todos no processo educacional, sem segregar e nem excluir, permitindo a
inserção e sociabilidade efetiva.
Cabe a todos os profissionais inseridos na educação lutar
por uma escola com práticas inclusivas e democráticas, compreendendo que todos
tem direito a aprender, devendo ser respeitados suas particularidades e
individualidades.
Portanto, acredita-se que a neuropsicopedagogia e a educação
Inclusiva podem valorizar e promover, nos indivíduos, a aprendizagem
significativa, respeitando a diversidade dos sujeitos envolvidos no processo educativos.
4. A RELAÇÃO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA COM A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
No contexto da educação no mundo contemporâneo, o casamento
entre Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva se faz mais que obrigatório,
pois acabam se complementando, chegando a possuir um caráter intrínseco, em que
ambas buscam o entendimento que todos devem e podem aprender.
No campo interventivo, a
neuropsicopedagogia despontou como campo epistemológico do saber, advindo da
leitura integrada entre pedagogia, psicologia, neuropsicologia, psicopedagogia
e trabalho clínico. Sua contribuição se dá pela relação estabelecida entre o
cérebro e a aprendizagem, como vias dúbias no processo cognitivo. Seus estudos
abrangem um vasto conhecimento das bases neurológicas da aprendizagem e do
comportamento humano, por meio de estímulos contextuais que deem respostas
positivas ao processo de formação do indivíduo, tomando como foco as relações
intrínsecas entre atenção, funções motoras, linguagem, memória, cognição e
aspectos emocionais, psicológicos e cerebrais. Ela busca ainda, compreender o
processo cognitivo do sujeito aprendente, desde os primeiros anos de vida, seus
impasses e as principais implicações na aprendizagem humana. (LIMA, 2017, p.80)
Sendo
assim, a neuropsicopedagogia como campo de estudos busca promover cada vez mais
conhecimentos que proporcionem a inclusão de sujeitos com deficiência,
distúrbios ou transtornos, não só no âmbito escolar, mas na sociedade como um
todo.
Nesta atual conjuntura o
neuropsicopedagogo é de grande importância, pois, está assegurando as
perspectivas inferidas em lei trabalha no cerne cognitivo, no desejo e na
vontade de aprender melhorando e ampliando habilidades e talentos latentes,
desenvolve o atendimento e avaliação que objetivam identificar as dificuldades
que
estão prejudicando o
aprendizado fluindo sem entraves, oferecendo ferramentas de auto-superação cognitiva,
intelectual e emocional contribuindo com a crescente autoconfiança e motivação
para o aprendizado. (BORGES, 2016, p.08)
A neuropsicopedagogia tem sua relação com educação
Inclusiva, pois proporciona atendimento e avaliação, melhoramento e superação
de dificuldades cognitivas, intelectuais e emocionais no processo de aprender e
ensinar na educação inclusiva.
Entende-se que os profissionais da neuropsicopedagogia
devem estar incluídos nos quadros profissionais da escola inclusiva para que
atuem em prol de educação justa e não discriminatória, em que Hennemann
informa:
Segundo Beauclair (2014), os
especialistas em Neuropsicopedagogia são instruídos para: compreender o papel
do cérebro nas relações complexas dos neurocognitivos e a sua inserção na
aplicação de estratégias em diversos âmbitos sociais; na intervenção do
desenvolvimento humano do sujeito aprendente; Ampliar na capacidade de intervir
em novos produtos educacionais e construir alternativas para o melhor
desenvolvimento do assistido. (2014, p.7)
Assim,
pode-se afirmar que a neuropsicopedagogia pode contribuir efetivamente em ações
que promovam práticas inclusivas no ambiente escolar, estabelecendo uma escola
desprovida de preconceitos.
5. CONTRIBUIÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA PARA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA.
A presente discussão está pautada no parecer
técnico-profissional da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp)
nota técnica nº 01 do ano de 2016.
O documento apresenta as principais contribuições que o
profissional da neuropsicopedagogia pode trazer para a educação e,
especialmente, a educação inclusiva.
A atuação do
Neuropsicopedagogo tem o objetivo de promover uma educação de qualidade, com
foco no trabalho efetivo da Educação Inclusiva, bem como o atendimento
prioritário às crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem. A função do
Neuropsicopedagogo Institucional da Educação Especial, junto à Equipe Técnica
das Escolas atende a demandas relacionadas aos processos de aprendizagem no
âmbito da coletividade, entretanto com possibilidade de tratar particularidades
relacionadas à construção do conhecimento científico-acadêmico, com o intuito
de promover o desenvolvimento sócio-pessoal e educacional de todos os alunos
que possuem dificuldades. (SBNPp, 2016, p.02)
Dessa forma, de acordo com o parecer técnico mencionado, a neuropsicopedagogia pode ser dividida em dois ramos: a neuropsicopedagogia institucional e a neuropsicopedagogia clínica.
A atuação do neuropsicopedagogo clínico se faz em instituições de ensino ou áreas empresariais que necessitam do profissional, onde temos as atribuições destes profissionais como as seguintes:
I) Identificação Precoce:
a) Realizar investigação a
partir de queixas advindas dos professores ou Equipe Técnica da Escola,
executando observações direcionadas, pautados em instrumentos próprios do
Neuropsicopedagogo da Educação Especial Inclusiva e/ou que estejam de acordo
com as diretrizes da do Código de Ética Técnico-Profissional - 03/2014 - SBNPp;
b) Sondagem/triagem acadêmica
no âmbito coletivo através de materiais e instrumentos próprios desta nova
ciência ou outros que são abertos a diferentes profissionais, contudo devem ser
embasados teoricamente e com padronização brasileira;
c) Direcionar a identificação
precoce as funções cognitivas, atenção, memória de trabalho, linguagem
(recepção/expressão), compreensão
(interpretação/intelecção),
linguagem matemática, observação psicomotora, habilidades sociais, planejamento
e resolução de problemas.
II) Planejamento e
Intervenção:
a) A partir de dados e
realidades identificados, elaborar um plano de intervenção junto de pequenos
grupos, em classes inteiras, ou individualmente, em casos específicos,
estabelecendo metas inicias, intermediárias e finais;
b) Utilizar a metodologia de
projetos de trabalho e oficinas temáticas,
oportunizando que os alunos
desenvolvam diferentes habilidades conforme suas individualidades, respeitando
a cada um, promovendo a
inclusão através da ação do
neuropsicopedagogo;
c) Trabalhar com orientação de
pais e professores embasados nos conhecimentos sobre o processo de aprendizagem
e suas dificuldades, conforme dados obtidos no processo de identificação
precoce em grupos e crianças;
d) Emitir parecer
neuropsicopedagógico com bases institucionais, indicando como devemos tratar a
individualidade nos processos de aprendizagem, bem como questões coletivas,
assegurando o processo de inclusão, levando ao conhecimento da Equipe Técnica
da Escola (professores, coordenadores, atendimento educacional especializado
entre outros);
e) Encaminhamento de crianças
a profissionais de área específica, quando necessário. (SBNPp, 2016, p. 4)
Nas intervenções do psicopedagogo institucional
identificamos que estão a verificar as funções e disfunções cerebrais junto aos
estudos do processo psicognitivos.
São os estudos que a neuropsicopedagogia busca reunir e
integrar em seus sistemas explicativos e de intervenção para o melhoramento do
aprendizado dos indivíduos.
Já neuropsicopedagogia clínica é desenvolvida em ambiente
particular, ou seja, espaço adequado de atendimento individualizado ou em
sessões, em que o que concerne as contribuições do ramo na educação inclusiva,
tem-se:
I) Investigação Inicial:
a) Investigar e analisar os
relatos e queixas advindas dos contextos específicos, realizando anamnese,
entrevistas, coletas de dados a partir
de observações para posterior
análise;
b) Estabelecer hipóteses para
traçar o planejamento da intervenção neuropsicopedagógica, devidamente embasado
em conhecimentos
técnicos-científicos;
c) Selecionar atividades para
testar as hipóteses através das intervenções direcionadas, que devem ser
seguidas de análises que podem ou não confirmá-las.
II) Planejamento e
Intervenção:
a) Após identificação e
confirmação das dificuldades a serem trabalhadas, planejar a intervenção
conforme protocolo específico de atendimento, utilizando instrumentos validados
e aplicados em população brasileira, de acordo com a faixa etária;
b) Elaborar um plano de
trabalho estabelecendo metas iniciais, intermediárias e finais para avaliar
continuamente os avanços durante a intervenção;
c) Organizar registros dos
atendimentos visando acompanhamento adequado a cada caso tratado.
III) Encaminhamentos e/ou
resultados:
a) Elaboração de parecer ou
laudo descritivo neuropsicopedagógico indicando as características e os
resultados do trabalho, avanços ou novas necessidades detectadas e que precisam
ser encaminhadas ou novamente trabalhadas;
b) Realizar encaminhamento a
outros profissionais, visando o trabalho em equipe multiprofissional tratando
cada pessoa atendida como pessoa com características específicas, mas com
necessidades diversificadas;
c) Indicar a finalização do
trabalho evidenciando a superação das dificuldades de aprendizagem
apresentadas, emitindo um parecer neuropsicopedagógico. (SBNPp, 2016, p.05)
As
contribuições das áreas de neuropsicopedagogia na educação inclusiva podemos afirmar
que: promovem diagnósticos sobre deficiências, distúrbios e transtornos no
sentido de promover práticas melhores para o desenvolvimento adequado aos
indivíduos.
Além disso, planeja ações e busca prevenir todo e qualquer
ato de discriminação nas ações de ensinar e aprender, outrossim, intervém na
prática da aprendizagem adaptando materiais e recursos didáticos que promovam
as múltiplas formas de aprender.
[...] a neuroeducação pode
oferecer para os processos de ensino-aprendizagem, não como uma forma mágica de
acabar com todos os problemas relacionados a educação, mas como uma ferramenta
útil que traga o embasamento teórico-científico que possa melhorar o
aprendizado, assim como, estimular de forma adequada e diferenciada as
potencialidades da criança que cada dia se transforma dentro da modernidade a
qual está inserida. (SANTOS; SOUSA, 2016, p.2)
A neuropsicopedagogia deve ser vista como promotora de
melhora no aprendizado, a partir, de práticas que estimulem de maneira adequada
e consequente, além de diferenciada as potencialidades dos educandos.
Assim sendo, compreende-se que a neuropsicopedagogia pode e
deve estar ligada com educação inclusiva, pois promove melhoramento nas
práticas do aprender.
O profissional da neuropsicopedagogia deve manter diálogo
constante com pedagogos, psicopedagogos, professores e alunos.
Para que esse casamento entre neuropsicopedagogia e educação
inclusiva possa dar certo, é preciso enfatizar o ato do aprender democrático e,
com isso, promover a inclusão educacional.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Na presente pesquisa, apresentou-se os conceitos de
neuropsicopedagogia e educação inclusiva, em que se percebeu que ambas buscam
promover um aprendizado que valorize a diversidade dos indivíduos, sem
discriminação qualquer.
A neuropsicopedagogia como ciência multidisciplinar é de
extrema relevância para a educação no mundo globalizado, permite que possamos
conhecer as várias formas como a humanidade podem aprender, principalmente, com
a compreensão do processo de aprendizado.
Percebemos que a educação inclusiva e a neuropsicopedagogia
devem ser integradas para construção da justiça social e da democracia do
aprender, sem segregação ou exclusão.
A neuropsicopedagogia é um campo novo de estudos que está
aberto a construção do conhecimento, e consequentemente, pode contribuir com a eficácia
da educação inclusiva, possibilitando o ato de aprender a todos, respeitando os
ritmos e formas próprias de aprender de cada indivíduo.
7. REFERÊNCIAS.
BORGES, Ângela Maria Rodrigues. Como a neuropsicologia
aperfeiçoa a aprendizagem na educação especial em Marabá. In: Congresso
paraense de Educação Especial, III., 2016, p.01-16. Disponível em: <https://cpee.unifesspa.edu.br/images/Anais_2016/Relatos_de_experiencia/Angela_Maria_Rodrigues.pdf>.
Acesso em: 15 jun. 2018.
FLORIANI, Marlei Adriana Beyer. Educação Inclusiva.
Indaial: UNIASSELVI, 2017.
FONSECA, VITOR. Papel das funções cognitivas, conativas e
executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. In: Revista
Psicopedagogia, Portugal,31(96): 2014, p.236-53. Disponível em: http:// <www.revistapsicopedagogia.com.br/exportar-pdf/62/v31n96a02.pdf>.
Acesso em 15 jun. 2018.
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